Ação em Surucucu marca início de novo foco do governo federal contra atividades ilegais em terras indígenas, com 45 pistas já destruídas em 2024
Na última quarta-feira (18), as Forças Armadas destruíram a primeira pista de pouso dentro da Terra Yanomami, localizada na região de Surucucu, usada para abastecer o garimpo ilegal. A operação, coordenada pelo governo federal, faz parte de uma estratégia para interromper as principais rotas de abastecimento de garimpeiros e dificultar o acesso às áreas remotas onde ocorrem atividades ilícitas.
Desde março deste ano, 44 pistas clandestinas ao redor da Terra Yanomami já foram destruídas. As operações de mapeamento das rotas clandestinas contam com tecnologias avançadas, como imagens de satélite e reconhecimento aéreo, fornecidas pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). O radar SABER M60, desenvolvido pelo Exército, também ajudou a identificar essas vias de acesso.
Nilton Tubino, assessor da Secretaria-geral da Presidência da República, destacou a importância da destruição das pistas: “Sem essas rotas de acesso aéreo, os garimpeiros terão muito mais dificuldade para continuar suas atividades, o que pode desmotivá-los a permanecer na área indígena.”
Monitoramento e balanço das operações
O governo federal continua monitorando outras pistas clandestinas, com mais ações previstas para os próximos meses como parte do plano de retirada dos garimpeiros da Terra Yanomami. Entre março e setembro de 2024, as operações geraram prejuízos estimados em R$ 209 milhões ao garimpo ilegal, resultando na destruição de 45 pistas de pouso, 20 aeronaves, 96 antenas de comunicação e milhares de equipamentos e materiais usados na mineração ilegal.
As ações refletem o compromisso do governo em combater a devastação ambiental e proteger as terras indígenas contra atividades de garimpo, que têm causado grandes danos ambientais e sociais na Amazônia.