Estados do Centro-Oeste e Norte vão receber reforço financeiro e novos equipamentos para enfrentar crise ambiental
O governo federal garantiu a liberação de mais recursos para o combate às queimadas e para a compra de equipamentos destinados aos estados que enfrentam uma das piores estiagens em décadas. A promessa foi feita pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, após uma reunião realizada nesta quinta-feira (19) no Palácio do Planalto com governadores das regiões Centro-Oeste e Norte.
A medida foi uma iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se reuniu com governadores e chefes de poderes ao longo da semana para discutir a ampliação das ações contra o fogo. Segundo o ministro Rui Costa, além dos R$ 514 milhões já liberados em crédito extraordinário, o BNDES vai disponibilizar uma linha de crédito de R$ 400 milhões para a compra de viaturas e equipamentos para os bombeiros. “Já estamos autorizando a liberação de cerca de R$ 1 bilhão em conjunto para combater a crise”, afirmou Costa.
Entre os presentes no encontro estavam os governadores Hélder Barbalho (Pará), Mauro Mendes (Mato Grosso), Ronaldo Caiado (Goiás), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), entre outros, além de ministros como Marina Silva (Meio Ambiente).
Críticas e desafios logísticos
Apesar da promessa de novos recursos, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, criticou o que chamou de demora na resposta do governo federal. “O governo federal não estava preparado para a situação. Agora que estamos no fim da seca, liberar esse recurso já em outubro é tarde”, afirmou, referindo-se ao impacto econômico das queimadas no estado, estimado em R$ 1,5 bilhão.
O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, também ressaltou que os efeitos concretos das medidas só serão sentidos na próxima seca. “Mesmo com regime de urgência, a compra de equipamentos e veículos não será imediata”, comentou, destacando que o planejamento para 2025 será crucial.
Ação coordenada e novas medidas
Em resposta às críticas, Rui Costa afirmou que o governo já vinha se preparando há meses para a crise, realizando reuniões com os estados. “Estamos há três meses trabalhando em conjunto com os estados, e o comitê de ação tem se reunido regularmente”, disse o ministro.
A ministra Marina Silva reforçou que mais de 4 mil brigadistas já estão atuando em diversas regiões afetadas pelos incêndios, como o Pantanal, a Amazônia, e o Cerrado, com possibilidade de contratação de mais profissionais devido à liberação de créditos extraordinários.
Durante a reunião, também foi discutida a necessidade de punições mais rigorosas para incêndios criminosos, além de uma proposta de reestruturação das equipes da Defesa Civil e dos Corpos de Bombeiros dos estados, com maior agilidade na resposta a crises ambientais.
