Brasil registra 154 mil focos de calor em setembro

Foto de Matt Palmer na Unsplash

 

O combate ao fogo é intensificado com aumento nas operações na Amazônia e Pantanal

 

 

O Brasil iniciou o mês de setembro com a confirmação de 154 mil focos de calor registrados em 2024, de acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A maior concentração desses focos está na Amazônia, que sozinha representa 42,7% dos registros feitos no domingo (1º) e nesta segunda-feira (2).

Os dados, obtidos através de imagens de satélite com variação de captação entre 375 metros quadrados e 4 quilômetros quadrados, indicam que cada foco pode corresponder a várias frentes de fogo. Além disso, uma única frente de fogo extensa pode ser captada por múltiplos satélites e gerar vários registros.

Comparado ao boletim do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) divulgado no sábado (31), os focos de calor têm avançado pelos biomas brasileiros desde o último levantamento, que contabilizou pouco mais de 112 mil focos até o dia 27 de agosto. Apesar da Amazônia ser o bioma mais afetado devido à sua extensão, o município de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, lidera o número de focos com 4.245 registros. Apuí, no Amazonas, vem em segundo lugar com 3.401 focos até o final de agosto.

De acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), a área devastada pelo fogo na Amazônia já ultrapassou 5,5 milhões de hectares em 2024, enquanto o Pantanal perdeu 2,5 milhões de hectares até o domingo.

Para enfrentar a situação, o MMA informou que 1.468 brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) estão atuando na Amazônia. No Pantanal, 391 profissionais dessas instituições trabalham junto com 343 membros das Forças Armadas, 79 da Força Nacional de Segurança Pública e 10 da Polícia Federal. Além disso, estão em operação 18 aeronaves e 52 embarcações do governo federal.

A situação ganhou a atenção do Supremo Tribunal Federal (STF), que, na terça-feira (27), determinou um prazo de 15 dias para que o governo federal intensifique o número de pessoas e equipamentos no combate aos incêndios. Uma audiência de conciliação para avaliar o cumprimento dessa medida está marcada para o dia 10 de setembro e tratará de três ações de descumprimento de preceito fundamental (ADPFs) relacionadas ao tema.