Aumento de casos de SRAG alerta para crescimento da covid-19 e rinovírus no Brasil

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O mais recente Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (29), revela um aumento preocupante nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todas as faixas etárias. A análise dos dados por faixa etária mostra uma continuidade no crescimento dos casos de Sars-CoV-2 (covid-19) entre idosos e um início de aumento entre pessoas de 15 a 64 anos.

Enquanto os casos de influenza A e vírus sincicial respiratório (VSR) apresentam queda em grande parte do país, o rinovírus, por outro lado, está em ascensão em vários estados, destacando-se como a principal causa de SRAG entre crianças e adolescentes de 2 a 14 anos.

Em resposta ao aumento dos indicadores de covid-19, a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) retomou, nesta terça-feira (27), a divulgação do Panorama da Covid-19. Segundo o Centro de Inteligência em Saúde do estado (CIS-RJ), as semanas epidemiológicas SE 29 a SE 33, que compreendem o período de 14 de julho a 17 de agosto, registraram uma alta sustentada na taxa de positividade e no número de atendimentos em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).

O cenário nacional também sinaliza um aumento tanto na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) quanto de curto prazo (últimas três semanas). Tatiana Portella, pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e do Boletim InfoGripe, destaca que o aumento nacional da SRAG é impulsionado principalmente pela covid-19 e rinovírus. “O VSR e o rinovírus continuam sendo as principais causas de internações e óbitos em crianças de até dois anos, embora os casos de SRAG por VSR já demonstrem queda nas últimas semanas”, explica.

Portella alerta que o fluxo intenso de pessoas entre São Paulo e outros estados pode acelerar a disseminação da covid-19 nas próximas semanas. “É muito provável que observemos um aumento nos casos de covid-19 em outras regiões do país. Portanto, é crucial que hospitais e unidades sentinelas de síndrome gripal em todo o Brasil reforcem a vigilância para qualquer sinal de aumento expressivo na circulação do vírus”, enfatiza.

Com o aumento dos casos de covid-19, a pesquisadora reforça a importância de que todos os indivíduos dos grupos de risco mantenham a vacinação em dia. “Apesar da redução nos casos de influenza A em todo o Brasil, o vírus ainda é uma das principais causas de óbitos por SRAG entre os idosos”, acrescenta.

Nas últimas oito semanas epidemiológicas, a incidência e mortalidade semanal média de SRAG continuam a impactar mais severamente os extremos das faixas etárias. Crianças de até dois anos são as mais afetadas pela circulação do VSR e rinovírus, enquanto os idosos, especialmente a partir dos 65 anos, continuam sendo os mais vulneráveis, principalmente devido à influenza A e à covid-19.