Ao menos sete áreas protegidas estão em chamas; brigadistas e bombeiros intensificam combate ao fogo
Minas Gerais enfrenta uma grave situação de incêndios em suas unidades de conservação, com ao menos sete áreas afetadas nos últimos dias. O Parque Nacional da Serra do Cipó, localizado em Santana do Riacho, a cerca de 120 quilômetros de Belo Horizonte, é uma das regiões mais atingidas. Desde o domingo (18), o fogo já consumiu mais de 6 mil hectares, incluindo 5.879 hectares na Área de Proteção Ambiental (APA) Morro da Pedreira e 478 hectares no Parque Nacional da Serra do Cipó, com mais 49 hectares de um foco que migrou da APA para o parque.
O incêndio foi controlado na noite de terça-feira (20) por brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), voluntários e militares do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMG). No entanto, os trabalhos continuam com foco no monitoramento, extinção de focos remanescentes e vigilância, já que algumas áreas ainda apresentam alto risco de reignição.
A operação conta com 51 brigadistas, dois aviões do tipo air-tractor e um helicóptero, todos disponibilizados pela força-tarefa Previncêndio. Os primeiros focos de incêndio foram identificados no km 120 da Rodovia MG-010, espalhando-se pela região da Serra do Espinhaço e afetando unidades de conservação geridas pelo Núcleo de Gestão Integrado Cipó-Pedreira.
Embora a situação seja crítica, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais informou que, até o momento, não há orientações para evacuações. O tenente Henrique Barcellos, porta-voz do CBMG, reforçou a necessidade de a população seguir as orientações das autoridades e, em caso de emergência, acionar o número 193.
Por questões de segurança, todas as portarias do Parque Nacional da Serra do Cipó foram fechadas, e a visitação está suspensa para permitir que o ICMBio concentre seus esforços no combate ao incêndio. Segundo o instituto, a combinação de altas temperaturas, baixa umidade e estiagem prolongada tem favorecido a propagação das chamas, que são suspeitas de terem origem em ação humana. A Polícia Civil está investigando as causas do incêndio.
Além da Serra do Cipó, outras áreas também enfrentam incêndios significativos. Na Serra da Moeda, os trabalhos de combate ao fogo já duram três dias, com mais de 30 pessoas envolvidas e o uso de aeronaves para eliminação das chamas. No Parque Estadual Serra do Brigadeiro, na Zona da Mata, um incêndio de grandes proporções é combatido desde domingo (18), com o apoio de 35 militares e policiais, que enfrentam dificuldades devido aos fortes ventos, altas temperaturas e a topografia acidentada do terreno.