Alckmin confia em queda do dólar

Antonio Cruz/Agência Brasil

 

Presidente em exercício destaca transitoriedade da alta da moeda americana e medidas para atrair investimentos estrangeiros

 

 

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, declarou nesta quinta-feira (13) que o governo tem absoluta confiança de que a recente alta do dólar é transitória e que a cotação da moeda internacional vai ceder. A declaração foi feita um dia após a moeda americana ultrapassar R$ 5,40 pela primeira vez desde janeiro de 2023.

Confiança na Estabilidade

“Nós temos absoluta confiança de que o dólar vai cair, isso é coisa momentânea”, afirmou Alckmin. Desde o fim do ano passado, a moeda norte-americana tem apresentado tendência de alta, quando era negociada por volta de R$ 4,80. Nesta semana, a cotação foi impulsionada por fatores como um discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre equilíbrio das contas públicas com aumento de arrecadação e a devolução pelo Congresso de uma medida provisória (MP) que pretendia limitar a compensação do PIS e Cofins. A MP visava arrecadar R$ 29,2 bilhões.

Outro fator que contribuiu para o nervosismo da moeda foi a decisão do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, de não cortar a taxa de juros, sinalizando um cenário recessivo para as economias norte-americana e mundial.

Compromisso com o Arcabouço Fiscal

Alckmin reforçou o compromisso do governo com o equilíbrio das contas públicas, mencionando que a MP tinha o objetivo de cumprir a responsabilidade fiscal e uma decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF). “O governo do presidente Lula tem compromisso com o arcabouço fiscal. A questão da MP foi exatamente para poder, de um lado, cumprir a responsabilidade fiscal, que é compromisso do governo brasileiro; e de outro, cumprir uma decisão do ministro Cristiano Zanin”, declarou.

Relação com o Legislativo

Sobre a relação com o Congresso após a devolução da MP e a busca por medidas que compensem as desonerações sobre a folha de pagamento, Alckmin expressou confiança no trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Tem feito um bom trabalho”, disse, destacando que o governo busca melhorar a arrecadação e aumentar a eficiência no gasto público.

Atração de Investimentos Estrangeiros

As declarações foram feitas durante o FII Priority Summit, evento patrocinado por um fundo de investimentos do governo da Arábia Saudita, no Rio de Janeiro. Alckmin destacou a relação positiva com o país árabe e mencionou que a recente viagem a Riad resultará em mais investimentos recíprocos.

Cenários Positivos e Reformas

O presidente em exercício ressaltou cenários positivos da economia brasileira, como redução do risco-país, controle da inflação e queda do desemprego. Ele destacou a importância da reforma tributária, afirmando que “em 15 anos pode promover crescimento do PIB de 12%”.

Expectativas sobre Taxa de Câmbio e Juros

Perguntado sobre o câmbio de equilíbrio, Alckmin evitou cravar um valor, mas reforçou que a elevação recente do dólar é transitória. Sobre a taxa de juros básica, a Selic, ele disse acreditar que seguirá a trajetória de queda, destacando que a próxima reunião do Copom será nos dias 18 e 19 de junho.

Alckmin assinou um decreto que zera o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para itens doados ao Rio Grande do Sul, em resposta à calamidade provocada pela chuva. A medida vale até o fim do ano.

Alckmin ocupa a presidência temporariamente durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Europa, onde participa de reuniões da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Grupo dos 7 (G7).