
Pesquisa analisou dados de mortalidade e destaca importância da atenção à saúde pública
Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Fiocruz, FGV, Universidade de Montreal e Centro de Pesquisa em Saúde Pública no Canadá revelou um aumento nas mortes associadas ao diabetes e à hipertensão no Brasil entre 2020 e 2022.
Publicado na revista científica PLOS Public Health, o estudo analisou dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade do Brasil, do DataSUS, abrangendo o período de 2015 a 2022, e incluiu todas as causas de morte listadas nas certidões de óbito.
Os resultados mostram que o Brasil registrou 11.423.288 mortes entre 2015 e 2022, com taxas de mortalidade estáveis até 2019, mas um aumento acentuado entre 2020 e 2021. Embora em 2022 o número de mortes tenha reduzido, não voltou ao nível anterior.
Mesmo excluindo os óbitos relacionados à Covid-19, as taxas de mortalidade por diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares permaneceram elevadas. Os pesquisadores destacam a necessidade contínua de atenção ao manejo e prevenção dessas doenças, especialmente durante e após a pandemia de Covid-19.
O estudo comparou as taxas de mortalidade ajustadas por sexo, idade e residência entre 2020 e 2022 com o período anterior de 2015 a 2019. Foram analisadas as razões de mortalidade em subgrupos de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão arterial.
As razões de mortalidade por todas as causas foram 9% e 24% mais altas em 2020 e 2021, respectivamente, em comparação com o período de referência, retornando a um valor de 0,93 em 2022 quando as mortes por Covid-19 foram excluídas. No entanto, as razões de mortalidade para diabetes e hipertensão permaneceram elevadas, com um aumento de 15% nas mortes relacionadas a essas condições em 2021.