Mercado do abate religioso de animais ganha regulamentação no Brasil

Foto de Daniel Quiceno M na Unsplash

 

Demanda por produtos halal e kosher impulsiona definição de regras para abate e processamento

 

 

A diversidade religiosa do Brasil está encontrando expressão em um setor específico: o mercado do abate religioso de animais para açougue. Com a expansão das exportações de produtos de origem animal para países asiáticos e a presença significativa de muçulmanos e judeus no país, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estabeleceu novas regras para atender a essa demanda específica.

Países como Egito, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos possuem uma grande população muçulmana, cuja religião, o Islã, define regras estritas sobre o que é permitido em relação à alimentação e ao consumo de animais. O conceito de halal, que significa lícito em árabe, orienta o que pode ser consumido, com procedimentos específicos para garantir a pureza dos alimentos, como o abate de animais como frangos e bovinos.

Já os países judaicos, como Israel, seguem normas específicas conhecidas como kosher, que regem desde o abate até o beneficiamento dos produtos de origem animal para garantir a conformidade com os preceitos religiosos.

Com a nova regulamentação, os estabelecimentos que desejam atender a esses mercados precisam solicitar autorização ao serviço de inspeção federal, demonstrando conformidade com as leis brasileiras de bem-estar animal e requisitos sanitários tanto no Brasil quanto nos países de destino dos produtos. A portaria que detalha essas regras entrará em vigor em 2 de maio, criando um marco importante para o abate religioso de animais no país.