
Proposta por Eduardo Girão, debate visa analisar conteúdo que denuncia possíveis abusos da Justiça brasileira; Elon Musk será convidado a participar
Na tarde desta terça-feira (9), membros da Comissão de Segurança Pública do Senado aprovaram por unanimidade a realização de uma audiência pública para discutir o conteúdo de e-mails vazados de funcionários da plataforma digital X, antigo Twitter. Proposta pelo senador Eduardo Girão (Novo-CE), a audiência busca analisar denúncias de supostos abusos da Justiça brasileira.
Os e-mails, que foram divulgados pelo jornalista norte-americano Michael Shellenberger, levantam questões sobre possíveis ações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para monitorar, de forma ilegal, políticos e particulares na rede social X. Embora a autenticidade desses e-mails ainda não tenha sido comprovada, a Comissão decidiu realizar o debate para esclarecer as acusações.
Para a audiência, serão convidados representantes legais das principais plataformas digitais, incluindo X, Youtube, Instagram, Facebook e Twitch, além de uma influenciadora digital e o próprio jornalista Michael Shellenberger. Em um adendo de última hora, o multibilionário Elon Musk, dono da X, também será convidado a participar por videoconferência, conforme proposta do senador Jorge Kajuru (PSB-GO), vice-presidente do colegiado.
A data da audiência pública ainda será definida e divulgada posteriormente.
Entenda o caso:
Os e-mails divulgados por Shellenberger, denominados Twitter Files Brazil, suscitam preocupações sobre supostas ações do TSE para monitorar usuários da plataforma X. Embora a origem desses e-mails ainda não esteja clara, eles levantam questões sobre a atuação da Justiça Eleitoral brasileira durante as eleições presidenciais de 2022.
As revelações de Shellenberger provocaram uma nova onda de críticas ao Poder Judiciário brasileiro, especialmente ao ministro Alexandre de Moraes, relator dos Inquéritos das Milícias Digitais e das Fake News. Elon Musk, após manifestar descontentamento e ameaçar descumprir decisões judiciais brasileiras, também passou a ser investigado no âmbito do Inquérito das Milícias Digitais por determinação de Moraes.