Proliferação de escorpiões: Alerta vermelho no Distrito Federal

 

Aumento dos registros de escorpiões no Distrito Federal causa preocupação na população

 

 

Desde o início de janeiro, o Distrito Federal tem enfrentado um aumento significativo nos registros de aparecimento de escorpiões. Com um total de 470 ocorrências reportadas, áreas como Planaltina, Taguatinga e Recanto das Emas estão entre as mais afetadas, apesar de os animais poderem surgir em qualquer região urbana. Essa situação tem alertado a população sobre a importância dos cuidados para evitar picadas desses animais peçonhentos, que possuem a capacidade de injetar veneno por meio do ferrão.

 

Segundo dados fornecidos pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF), nos primeiros dois meses do ano foram notificados 352 acidentes por escorpião na capital. Para lidar com esses casos, as unidades de saúde de Brasília contam com o soro antiescorpiônico, um antídoto crucial disponível exclusivamente na rede pública de saúde.

 

Um caso exemplar é o de Wanessa Fonseca Machado, 38 anos, servidora pública residente no Guará. Após encontrar seis escorpiões em seu apartamento, Wanessa acionou a Vigilância Ambiental. Dois agentes inspecionaram o condomínio e identificaram uma possível rota de entrada dos animais por meio de um espaço na tubulação de energia. Embora a casa tenha sido dedetizada e o buraco vedado, a família permanece em alerta, especialmente pela segurança do filho de 3 anos.

 

Wanessa destaca a preocupação constante com a segurança da família: “Até mesmo meu filho de 3 anos já entende o perigo. Estamos sempre vigilantes e sei qual é o hospital mais próximo, porque, infelizmente, é necessário estar preparado para o pior e agir rapidamente”.

 

Além da vigilância constante, medidas preventivas são essenciais para evitar o aparecimento desses animais em casa. Dentre elas, destacam-se a eliminação dos abrigos das baratas, pois os escorpiões se alimentam principalmente delas, bem como a vedação de possíveis entradas para o interior da residência. Outras medidas incluem evitar o acúmulo de umidade, checar roupas e calçados antes de utilizá-los, manter camas afastadas das paredes, instalar telas nas janelas e vedar portas, além de manter os eletrônicos bem encaixados nas tomadas para evitar o acesso dos animais pela tubulação.

 

Israel Martins, biólogo da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival) da Secretaria de Saúde do DF, ressalta a importância dessas medidas preventivas, enfatizando que não há um inseticida completamente eficaz contra os escorpiões.

 

Em caso de picada, é fundamental lavar o local afetado e procurar imediatamente uma unidade de saúde pública, pois somente estas possuem o soro antiescorpiônico. A SES-DF informa que 80% dos casos de picadas no DF são leves, mas a gravidade pode variar de acordo com a quantidade de veneno injetado e o peso da vítima, sendo crianças e idosos mais vulneráveis.

Para reportar a presença de escorpiões em casa, a população pode acionar a Vigilância Ambiental pelo telefone 160. Já para encontrar a unidade de saúde mais próxima que disponibiliza o soro antiescorpiônico, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) é referência no DF. O serviço está disponível 24 horas pelos seguintes telefones: 0800 644 6774 / 0800 722 6001 / (61) 99288-9358.