Javier Milei enfrenta resistência dos governadores e acusações de extorsão enquanto corta financiamento vital para as províncias
O presidente argentino, Javier Milei, encontrou-se no centro de uma tempestade política esta semana, à medida que suas decisões de cortar recursos para as províncias geraram protestos, ameaças e uma crescente crise de confiança no governo central. O último movimento de Milei, cancelando o Fundo de Fortalecimento Fiscal da província de Buenos Aires, provocou uma resposta furiosa do governador Axel Kicillof e promessas de ação legal.
Em uma entrevista coletiva contundente, Kicillof acusou o presidente de extorsão e ameaça às províncias argentinas, destacando os impactos devastadores do corte de financiamento em áreas essenciais como educação e alimentação. A retaliação de Milei às províncias também incluiu a suspensão de recursos para a província de Chubut na semana anterior, desencadeando uma reação em cadeia de resistência por parte dos governadores regionais.
O confronto entre o governo central e as províncias atingiu um novo nível de intensidade quando o governador de Chubut, Ignacio Torres, ameaçou interromper o fornecimento de petróleo e gás para o restante do país em resposta ao corte de recursos. Embora uma decisão da justiça federal tenha ordenado a devolução do acesso aos recursos de Chubut, o governo Milei anunciou planos de recorrer da decisão, aprofundando ainda mais a crise política.
Em meio à escalada da tensão, Milei defendeu suas ações nas redes sociais, acusando a classe política de buscar proteger seus próprios privilégios às custas do povo argentino. Enquanto isso, analistas políticos alertam para os riscos de uma abordagem baseada no confronto, destacando a necessidade de diálogo e negociação para evitar crises políticas e sociais ainda maiores.
Para Leandro Gabiati, cientista político, as ações de Milei refletem uma estratégia de governança baseada no confronto, exacerbando divisões e minando a confiança nas instituições democráticas. Com as sessões do Congresso Nacional se aproximando, a incerteza sobre o futuro político da Argentina permanece alta, com o potencial de impasses e crises adicionais no horizonte.