Documento orienta procedimentos éticos visando a redução do sofrimento animal
O Instituto Chico Mendes para Conservação da Biodiversidade (ICMBio) apresentou ontem (3) o “Bem-Estar Animal: Guia Remab de Eutanásia de Cetáceos e Sirênios – Redução do Sofrimento Animal”. O guia, desenvolvido pela Rede de Encalhes e Informação de Mamíferos Aquáticos do Brasil (Remab) do ICMBio, visa orientar instituições, pesquisadores e profissionais envolvidos no resgate de mamíferos aquáticos em situações em que o retorno à água não é possível.
A iniciativa surge como resposta à necessidade de lidar com casos de mamíferos aquáticos, como cetáceos e sirênios, que encalham no litoral e rios brasileiros, enfrentando situações em que o resgate não é viável. O guia busca proporcionar informações para situações em que o bem-estar do animal encalhado está comprometido de forma irreversível e em sofrimento.
O Brasil, com sua vasta diversidade de mamíferos aquáticos, incluindo espécies como peixes-boi, golfinhos, botos e baleias, carece de diretrizes claras para lidar com essas situações. O guia destaca que a decisão de praticar a eutanásia em um mamífero aquático deve ser tomada apenas quando o procedimento é necessário para aliviar o sofrimento de um animal em condição irreversível.
A cartilha enfatiza que a eutanásia deve ser conduzida por médicos-veterinários registrados e qualificados, garantindo a segurança da equipe envolvida no procedimento. O guia fornece métodos éticos, como o uso de sedativos, tranquilizantes, anestésicos e relaxantes musculares, além de métodos físicos, como o uso de armas de fogo e implosão com carga explosiva para baleias de grande porte.
Para evitar riscos ambientais, o guia também oferece orientações sobre o descarte adequado das carcaças, incluindo o enterro na praia, a eliminação no mar, a incineração, entre outras medidas. A comunicação transparente com a população é recomendada, explicando os motivos da escolha pela eutanásia e os procedimentos realizados.
A falta de regulamentação legal sobre o descarte de carcaças de mamíferos aquáticos no Brasil torna essas diretrizes ainda mais cruciais para evitar contaminação ambiental e garantir a segurança da população e de outros animais que possam ser afetados.
