O lançamento do livro “Precarização, Adoecimento & Caminhos para a Mudança. Trabalho e saúde dos Professores” pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) revelou uma alarmante situação sobre a saúde dos professores no Brasil. Durante o V Seminário sobre Trabalho e Saúde dos Professores, pesquisadores enfatizaram que tanto na rede pública quanto na privada, os docentes enfrentam um conjunto comum de males, destacando-se distúrbios mentais como síndrome de burnout, estresse e depressão, seguidos por distúrbios de voz e osteomusculares.
Jefferson Peixoto da Silva, tecnologista da Fundacentro, salientou que estudos recentes têm apontado que os transtornos mentais são a principal causa de afastamento dos professores de suas atividades, sinalizando uma mudança em relação a anos anteriores, onde os problemas vocais predominavam. O livro destaca também a violência como um fator agravante para a saúde dos professores, seja ela física, ameaças ou psicossocial, incluindo assédios ligados à gestão escolar.
Além da violência, a falta de recursos e condições apropriadas também contribui para o adoecimento dos professores. Questões como infraestrutura precária, baixos salários, jornadas excessivas e alta quantidade de alunos por sala de aula estão relacionadas às condições de trabalho que afetam diretamente a saúde dos profissionais. Os pesquisadores apontam a necessidade de políticas públicas voltadas para o bem-estar dos professores como uma solução para essa problemática.