Alopecia Areata: A Luta e a Aceitação além da Queda de Cabelo

Foto de Anja Bauermann na Unsplash

 

A educadora social e artista Lídia Rodrigues, aos 36 anos, destaca que a ausência de pelos é, para ela, uma escolha consciente. Exibe, sem receios, sua cabeça sem fios de cabelo. Entretanto, esse não foi sempre o caso. Entre 2010 e 2011, recebeu o diagnóstico de alopecia areata, uma doença autoimune que ocasiona a queda de pelos, não apenas no couro cabeludo, mas, em alguns casos, por todo o corpo, incluindo sobrancelhas e cílios.

Naquela época, Lídia vivia um relacionamento abusivo e ainda não tinha recebido o segundo diagnóstico que também impactaria sua vida: o transtorno do espectro autista. Ela percebeu os efeitos do estresse em seu corpo quando os fios começaram a cair.

O tratamento à base de corticoide, que causou inchaço, levou Lídia a raspar completamente a cabeça. “Hoje em dia, eu meio que sou uma mulher careca. Os cabelos vêm, mas eu continuo tirando. Incorporei minha identidade.”

A ilustradora Lolla Angelucci, de 43 anos, sempre conviveu com a queda de cabelo desde a infância. Quando completou 18 anos, a queda dos fios se tornou mais acentuada. Passou por diversos tratamentos, incluindo o uso de perucas, mas logo adotou a aceitação de sua condição. “Eu me gostava careca. Olhava no espelho e me achava bonita. O resto do mundo não achava, mas, como eu achava, estava bem.”

Para a influencer Yasmin Torquato, de 28 anos, o diagnóstico tardio de alopecia areata desencadeou um quadro depressivo que agravou a queda de cabelo. Aos 23 anos, ela percebeu uma falha no couro cabeludo. “Eu assustei bastante. Não sabia o que estava acontecendo comigo. O quadro emocional foi afetado demais e eu entrei em depressão.”

A dermatologista e tricologista Patricia Damasco destaca a importância do diagnóstico precoce da alopecia areata. “É como se o organismo atacasse o próprio folículo, mas de uma forma que não destrói aquele folículo e, com isso, tem chance de voltar a ter pelo naquele local.”

Essas histórias ilustram a importância da aceitação e do apoio emocional diante de condições como a alopecia areata, que podem afetar não apenas a aparência física, mas também a autoestima e o bem-estar emocional. O entendimento e a empatia são essenciais para criar uma sociedade que valoriza a diversidade e celebra a individualidade.