Estudo revela que sobreviventes da covid-19 no início da pandemia enfrentam riscos à saúde

Reprodução: Divulgação/ Reino Unido, mulher de máscara.

 

Um novo estudo revelou que as pessoas que sobreviveram à Covid-19 no início da pandemia, antes das vacinas estarem disponíveis, continuaram enfrentando riscos significativos à saúde por até dois anos após a recuperação de suas infecções iniciais. Esse risco foi ainda maior para aqueles que foram hospitalizados devido à doença.

Os problemas de saúde relacionados à chamada “Covid longa” incluem questões cardíacas, coágulos sanguíneos, diabetes, complicações neurológicas, fadiga e problemas de saúde mental. O estudo utilizou uma métrica chamada “ano de vida ajustado por incapacidade” (DALY, na sigla em inglês) para medir o impacto coletivo dessas complicações na qualidade de vida das pessoas. Descobriu-se que a Covid longa gerou mais de 80 anos de DALYs para cada mil pessoas que não foram hospitalizadas por uma infecção inicial.

Essa descoberta indica que a Covid longa tem um impacto maior na qualidade de vida do que doenças cardíacas ou câncer, que causam cerca de 52 e 50 DALYs para cada mil americanos, respectivamente, de acordo com o estudo Global Burden of Disease, do Institute for Health Metrics and Evaluation.

O autor do estudo, Dr. Ziyad Al-Aly, diretor do centro de epidemiologia clínica do Veterans Affairs St. Louis Health Care System, destacou a importância de levar as infecções a sério, mesmo quando parecem leves. Ele observou que a Covid-19 afeta muitas partes diferentes do corpo, o que pode explicar seu impacto duradouro na saúde.

O estudo analisou os registros médicos de quase 140 mil veteranos que sobreviveram à Covid-19 em 2020 e comparou seus resultados com quase 6 milhões de outros pacientes no sistema de saúde do Veterans Affairs St. Louis Health Care System que não tiveram evidência de infecção. No entanto, a pesquisa tem algumas limitações, uma vez que a maioria dos participantes era mais velha e do sexo masculino, e nenhuma das pessoas no estudo foi vacinada, já que as vacinas ainda não estavam disponíveis na época da infecção.

O estudo também destacou que as pessoas hospitalizadas devido à Covid-19 enfrentaram riscos ainda maiores de complicações a longo prazo, incluindo problemas cardíacos, distúrbios gastrointestinais, dificuldades de memória, coágulos sanguíneos, diabetes e problemas pulmonares.

Em resumo, o estudo ressalta a gravidade da Covid longa e a necessidade contínua de cuidados médicos para aqueles que a enfrentam, destacando que essa condição não afeta apenas a qualidade de vida dos pacientes, mas também pode contribuir para um declínio na expectativa de vida, produtividade econômica e bem-estar social.