O ensino público me permitiu chegar aqui, diz novo diretor do BC

© Lula Marques/ Agência Brasil

 

O segundo dia da semana de integração da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) trouxe consigo um reencontro de gerações que emocionou a todos os presentes. O professor Valdir dos Santos Miranda, prestes a se aposentar, teve a oportunidade de expressar sua gratidão ao ex-aluno mais ilustre da instituição, Ailton de Aquino Santos, o recém-empossado diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), sendo o primeiro dirigente negro da autarquia.

O encontro entre os dois foi marcado por sentimentos de apreço e emoção. Valdir expressou seus sentimentos emocionados ao parabenizar Aquino pela sua posição e por representar dignamente a universidade. O professor ressaltou a importância do exemplo de Aquino e sua contribuição para a Uneb, afirmando que está emocionado desde o momento em que soube da indicação de Aquino para o Banco Central.

Aquino, por sua vez, compartilhou seu profundo respeito e gratidão pelo professor Valdir, destacando que ele foi responsável por ensinar-lhe a disciplina de contabilidade das instituições financeiras. O ex-aluno ilustre ressaltou que sua carreira profissional na área de finanças e auditoria foi diretamente influenciada pelos ensinamentos de Valdir na universidade.

Durante a mesa-redonda intitulada “Fiz Uneb: narrativas de lutas e conquista profissional”, que contou com a participação de ex-alunos notáveis, ficou evidente a relevância da universidade pública como um instrumento vital de inclusão social e de reparação histórica para as camadas excluídas da população.

Ailton de Aquino Santos compartilhou sua própria história de superação e ascensão profissional, lembrando que sua trajetória começou em um ambiente de dificuldades e que a Uneb foi fundamental para realizar seu sonho de cursar o ensino superior. Saindo do interior da Bahia, Aquino se mudou para Salvador aos 17 anos e ingressou no campus da Uneb, onde estudou ciências contábeis.

O novo diretor de Fiscalização do Banco Central destacou a importância dos professores da Uneb em sua formação, mencionando que suas experiências de ensino continuam a influenciar suas decisões profissionais. Ele compartilhou com orgulho que, ao sentar-se no Comitê de Política Monetária (Copom) para tomar decisões sobre a taxa de juros no Brasil, sempre se pergunta o que seus professores da Uneb pensariam em situações semelhantes.

Aquino também ressaltou a importância da diversidade nos cargos de decisão, especialmente para representar a população negra, que constitui uma grande parte da sociedade brasileira. Ele reconhece a necessidade de mais programas afirmativos para ampliar o acesso ao ensino superior e a posições de liderança para a população negra.

Apesar dos desafios, Ailton de Aquino Santos é otimista quanto ao futuro, acreditando que a presença e a influência dos negros na sociedade estão em ascensão. Ele enfatiza a importância do estudo contínuo e da formação teórica, incentivando os estudantes a nunca pararem de buscar conhecimento.

A trajetória de Aquino é um testemunho poderoso do poder transformador da educação e da dedicação aos estudos. Sua jornada da Uneb para a posição de destaque no Banco Central inspira não apenas os estudantes atuais da universidade, mas a todos aqueles que sonham em superar obstáculos e alcançar o sucesso.