
A recente divulgação de supostas trocas de mensagens entre o ator Jonah Hill e sua ex-namorada, a surfista Sarah Brady, gerou debates intensos em torno do conceito de “gaslighting” e os danos potenciais da chamada fala terapêutica quando utilizada de forma inadequada.
O termo “gaslighting” tem sido cada vez mais discutido, sendo tão relevante que a editora Merriam-Webster o nomeou a palavra do ano em 2022, após um aumento de 1.740% nas pesquisas pela expressão. Entretanto, especialistas alertam para a existência de equívocos em relação ao seu real significado.
“Gaslighting” é, na verdade, uma forma calculada de manipulação que envolve a desestabilização de um indivíduo por outro ao longo de um período prolongado, destaca Monica Vermani, psicóloga clínica do Canadá. Esse comportamento geralmente é conduzido por alguém em posição de confiança e proximidade com a vítima, muitas vezes um parceiro romântico, amigo íntimo, membro da família ou colega próximo.
O objetivo do “gaslighting” é minar a autoestima da vítima, fazendo-a duvidar de sua estabilidade emocional, memória ou credibilidade. Isso gera um ambiente onde a vítima se torna mais dependente do agressor, confiando mais em sua versão distorcida da realidade.
No entanto, é importante ressaltar que nem todos os desentendimentos ou tentativas de persuasão se enquadram no conceito de “gaslighting”. A principal diferença está nas intenções por trás do comportamento. O “gaslighting” é um abuso emocional deliberado, muitas vezes conduzido por indivíduos com baixa autoestima que buscam controlar e minar os outros.
A dimensão do “gaslighting” pode variar, mas seus efeitos insidiosos podem ser prejudiciais, causando dúvidas sobre a própria percepção e autoestima da vítima. O comportamento do agressor é muitas vezes intencional, envolvendo mentiras e negação, mesmo quando confrontado com evidências em contrário.
Se confrontado com um possível caso de “gaslighting”, especialistas recomendam a estabelecer limites e compartilhar experiências detalhadas sobre o comportamento do agressor. A busca por apoio de amigos e terapeutas pode fornecer uma perspectiva objetiva e auxiliar na identificação de sinais de comportamento abusivo.
No final, a decisão de permanecer em um relacionamento onde o “gaslighting” ocorre é pessoal, mas é essencial considerar o impacto emocional e psicológico que esse tipo de comportamento pode causar. A conscientização sobre o “gaslighting” pode ajudar as pessoas a evitarem relacionamentos tóxicos e a protegerem sua saúde mental.
Com informações da CNN