De acordo com um mapeamento realizado pelo MapBiomas Brasil, uma rede colaborativa formada por ONGs, universidades e empresas de tecnologia, o Brasil teve 2,15 milhões de hectares de terra queimados no primeiro semestre deste ano. Esse número representa uma queda de 1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Entretanto, a situação é diferente na região da Amazônia, onde as queimadas aumentaram 14% em comparação ao último ano. A Amazônia foi o bioma mais afetado, com 1,45 milhão de hectares devastados em 2023, correspondendo a 68% de toda a área queimada do país no período.
O Cerrado foi o segundo bioma mais impactado, com 639 mil hectares queimados, representando 30% da área total queimada no Brasil, o que representa um aumento de 2% em relação ao mesmo período de 2022.
Vera Arruda, coordenadora operacional do MapBiomas Fogo e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, destaca que o período de seca no Cerrado está apenas começando, e a situação pode se agravar com a chegada do fenômeno El Niño.
Do total de área queimada no primeiro semestre de 2023, 84% era de vegetação nativa, sendo que as pastagens representaram 8,5% da área queimada e se destacaram entre os tipos de uso agropecuário.
O relatório também apontou que na Mata Atlântica (10.220 hectares) e no Pantanal (13 mil hectares), a área queimada foi a menor dos últimos cinco anos. Já a Caatinga teve uma área queimada menor em relação aos anos anteriores, com 818 hectares, enquanto no Pampa foram queimados 7 mil hectares.
Roraima concentrou quase metade da área queimada no país entre janeiro e junho de 2023, com 1 milhão de hectares queimados, principalmente nas cidades de Normandia, Pacaraima e Boa Vista. Os estados de Mato Grosso (258 mil hectares) e Tocantins (254 mil hectares) também tiveram altos números de queimadas no mesmo período.
Embora os dados do primeiro semestre tenham mostrado certa estabilidade, os números de junho apontam um avanço nas queimadas em relação ao ano passado. Foram 543 mil hectares queimados no mês passado, o que representa um aumento de 203% em comparação a maio de 2023. A vegetação nativa foi responsável por 81% da área queimada em junho.
O Cerrado liderou o ranking de biomas mais afetados em junho, com 425 mil hectares queimados, seguido pela Amazônia, com 102 mil hectares. As unidades de conservação mais atingidas no mês de junho foram a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins, o Parque Nacional dos Campos Amazônicos e o Parque Nacional do Araguaia. As autoridades e órgãos ambientais estão atentos à situação e trabalhando para conter o avanço das queimadas e preservar a rica biodiversidade brasileira.