
Segundo o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central nesta terça-feira (25), a previsão do mercado financeiro para a inflação oficial do país, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi revisada para baixo e caiu de 4,95% para 4,9% neste ano. Para 2024, a projeção da inflação é de 3,9%, e para os anos de 2025 e 2026, a estimativa é de 3,5% em ambos os anos.
Apesar da expectativa de redução, a projeção para o IPCA em 2023 ainda está acima do teto da meta de inflação estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 3,25%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite superior é de 4,75%. De acordo com o Banco Central, em seu último Relatório de Inflação, a probabilidade de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 era de 61%.
A previsão do mercado para a inflação de 2024 também ultrapassa o centro da meta fixada em 3%, mas ainda está dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual.
Em junho, o país registrou deflação, com os preços caindo em comparação com o mês anterior. O IPCA ficou negativo em 0,08%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a quarta queda consecutiva da inflação, sendo que em maio o IPCA havia sido de 0,23%.
O acumulado do índice no ano é de 2,87%, e nos últimos 12 meses, a inflação registra 3,16%, abaixo dos 3,94% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, seguindo a tendência de queda desde junho de 2022, quando o índice atingiu 11,89%.
Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central utiliza como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, atualmente definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa se mantém nesse nível desde agosto do ano passado, sendo a mais elevada desde janeiro de 2017.
O mercado financeiro projeta que a Selic encerrará o ano em 12%. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Já para os anos de 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 9% e 8,63% ao ano, respectivamente.
Os juros mais altos têm o objetivo de controlar a demanda aquecida e, consequentemente, influenciam os preços ao encarecer o crédito e incentivar a poupança. Porém, outros fatores também afetam as taxas cobradas pelos bancos, como o risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Dessa forma, taxas mais elevadas podem dificultar a expansão da economia.
Quando o Copom reduz a Selic, tende-se a incentivar a produção e o consumo ao tornar o crédito mais acessível, estimulando a atividade econômica, mas o controle sobre a inflação pode ser afetado.
Além disso, o mercado financeiro prevê um crescimento de 2,24% para a economia brasileira neste ano, o mesmo valor da projeção anterior. Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) é de crescimento de 1,3%, e para 2025 e 2026, a previsão é de expansão do PIB em 1,9% e 2%, respectivamente.
Quanto à cotação do dólar, a previsão é de que a moeda americana encerre o ano em R$ 4,97 e que atinja R$ 5,05 no fim de 2024.