Um estudo conduzido por pesquisadores do Japão e publicado no British Journal of Pharmacology aponta que o consumo excessivo de sal pode estar associado ao desenvolvimento de distúrbios cognitivos, além de ser um fator de risco para a hipertensão. Os cientistas expuseram camundongos a uma solução com alta concentração de sal por 12 semanas e monitoraram a pressão arterial dos animais.
Os pesquisadores examinaram os efeitos da ingestão excessiva de sal na função emocional e cognitiva, bem como na fosforilação da proteína “tau” em duas áreas principais do cérebro dos camundongos. Foi observado que o cérebro dos animais apresentava diversas alterações bioquímicas, incluindo a adição excessiva de fosfatos à proteína “tau” e mudanças nos níveis de uma proteína relacionada às conexões entre as células cerebrais.
Os resultados mostraram que as alterações bioquímicas foram revertidas após a administração do medicamento anti-hipertensivo losartan. Os pesquisadores identificaram dois possíveis alvos terapêuticos para a demência induzida por hipertensão: o sistema angiotensina II-AT1 e o sistema prostaglandina E2-EP1.
O estudo ressalta a importância de desenvolver medicamentos preventivos e terapêuticos para a demência, especialmente em uma população que está envelhecendo rapidamente, como a do Japão. Os pesquisadores destacam a relevância social e econômica dessas descobertas, considerando o aumento do custo do tratamento da demência no país.
Essa pesquisa reforça a importância de controlar o consumo de sal e seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde, que sugere o consumo de menos de 5 gramas de sal por dia para preservar a saúde e prevenir problemas relacionados, como a hipertensão e potenciais distúrbios cognitivos.(CNN)