Estudo da Unicamp revela que carga e número de repetições têm impacto semelhante no ganho de massa muscular

Foto de Anastase Maragos na Unsplash

 

Estudo revela que tanto a carga quanto o número de repetições têm impacto similar no ganho de massa muscular, de acordo com pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). O estudo envolveu 18 participantes que foram submetidos a diferentes protocolos de treinamento durante oito semanas. Alguns participantes realizaram exercícios com cargas mais altas e menor número de repetições, enquanto outros fizeram séries mais longas com menos carga.

Após comparar os resultados entre os grupos, os pesquisadores não observaram diferenças significativas em termos de ganho de massa muscular ou estresse metabólico, que foi medido através da análise de substâncias liberadas na circulação sanguínea após o exercício. No treino de alta carga, os participantes carregavam até 80% do próprio peso, enquanto no treino de resistência, com baixa carga, o percentual máximo foi de 30%, mas as repetições eram realizadas até a exaustão.

Os resultados do estudo apoiam a teoria de que ambos os tipos de treinamento são igualmente eficazes para promover a hipertrofia muscular. Embora a ativação muscular tenha sido maior no grupo que treinou com cargas mais altas, o estresse metabólico foi semelhante nos dois grupos, sugerindo que eles podem agir por vias metabólicas semelhantes para induzir a hipertrofia.

A análise metabolômica realizada durante as sessões de treinamento identificou a variação de 50 metabólitos no sangue em ambos os tipos de treinamento, mas apenas alguns apresentaram diferenças entre os grupos. Alguns desses metabólitos correlacionaram-se com o ganho de massa muscular nos dois grupos, o que pode estar relacionado às características das fibras musculares ativadas durante o exercício e à demanda metabólica dos protocolos de treinamento.

Os pesquisadores explicam que certos metabólitos estão associados aos sistemas energéticos anaeróbios, como a glicólise e a quebra de creatina e fosfocreatina, enquanto outros estão mais relacionados ao ciclo de Krebs, que utiliza oxigênio e nutrientes para produzir energia para o músculo. Essas diferenças metabólicas podem estar associadas às diferentes fibras musculares ativadas durante os treinos. As fibras do tipo 2, de contração rápida e alta atividade glicolítica, são predominantes nos treinos de alta carga, enquanto as fibras do tipo 1, com alta capacidade oxidativa e resistência à fadiga, são mais ativadas nos treinos de repetição.

Em conclusão, o estudo destaca que tanto o treino com carga quanto o treino com repetições podem ser eficazes para o ganho de massa muscular, com respostas metabólicas semelhantes. A escolha entre os dois métodos pode depender das preferências individuais e das características específicas de cada pessoa.