“Não ficou mais bonito?”. A pergunta foi do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para um grupo de jornalistas e cidadãos, após descer a rampa do Palácio do Planalto ao lado da primeira-dama Janja da Silva, na tarde desta quarta-feira, 10/5, em Brasília (DF). A mudança na paisagem era nítida. O presidente determinou a retirada das grades que estavam posicionadas à frente da sede do Poder Executivo há quase dez anos.
A democracia voltou nesse país. O palácio não precisa estar cercado de grades. A democracia não exige muros”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“A democracia voltou nesse país. O palácio não precisa estar cercado de grades. A democracia não exige muros. Fui presidente durante oito anos e nunca teve isso aqui”, afirmou Lula. Ele disse que pretende também retirar nos próximos dias as proteções extras que estão instaladas na frente do Palácio do Jaburu (residência oficial do vice-presidente) e do Palácio da Alvorada (residência oficial do presidente).
Segundo Lula, a medida demonstra que os poderes da República não precisam cercados num regime democrático. Ele afirmou que pretende conversar com os presidentes do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional para avaliar se as medidas podem ser replicadas na Praça dos Três Poderes e nas sedes do Legislativo e do Judiciário. As três sedes sofreram ataques e vandalismo numa invasão em 8 de janeiro. Para Lula, a segurança institucional será feita da forma como sempre ocorreu, com polícia militar, Forças Armadas e Gabinete de Segurança Institucional.
“Tenho certeza absoluta de que a democracia não suporta grades. Eu era contra o muro de Berlim. Sou contra o muro que separa Israel da Palestina. Fui contra o muro que o Trump tentou construir na fronteira com o México. E era contra o muro aqui na frente do Palácio”, listou o presidente. “Acho que é um exemplo para o Brasil. Estamos ou não num regime democrático? Não ficou mais bonito?”, repetiu o presidente, que depois voltou a subir a rampa com a primeira-dama.