Ministro do STF mantém prisão preventiva do ex-ministro da Justiça Anderson Torres

 

Decisão se baseia em suposta conivência do ex-secretário de Segurança do DF com atos golpistas e omissão na contenção dos mesmos

 

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu manter a prisão preventiva do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Torres está preso desde 14 de janeiro em decorrência das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro, quando ele era secretário de Segurança do Distrito Federal. O inquérito no STF apura suposta omissão na contenção dos atos.

Moraes entendeu que a necessidade da prisão de Torres continua devido a “fortes indícios de que [ele] foi conivente com associação criminosa” dos atos golpistas. Ele afirmou que depoimentos de testemunhas e apreensão de documentos apontam fortes indícios da participação do requerente na elaboração de uma suposta minuta golpista e em uma operação golpista da Polícia Rodoviária Federal para tentar subverter a legítima participação popular no segundo turno das eleições presidenciais de 2022, bem como em sua conduta omissiva quanto à permanência do acampamento dos manifestantes no SMU (Setor Militar Urbano).

Além disso, o ministro citou que Anderson Torres só entregou o celular às autoridades 100 dias após os atos de 8 de janeiro, suprimindo informações relevantes às investigações. Na segunda-feira (17), a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou ao Supremo parecer a favor da revogação da prisão preventiva. No documento, o subprocurador Carlos Frederico Santos entendeu que Torres pode cumprir medidas cautelares diversas da prisão, como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de sair do Distrito Federal.

Por sua vez, a defesa do ex-ministro pediu que a prisão fosse substituída por medidas cautelares, como uso de tornozeleira. No pedido de soltura, a defesa também citou a situação da família de Anderson Torres. Segundo os advogados, as filhas do ex-ministro passaram a receber acompanhamento psicológico desde a prisão do pai, e a mãe dele está tratando um câncer. Torres, por sua vez, não vê as filhas desde a prisão e entrou em um estado de tristeza profunda, chora constantemente, mal se alimenta e já perdeu 12 quilos. No entanto, a decisão do ministro Alexandre de Moraes manteve a prisão preventiva do ex-ministro.