A CPI da Pandemia ouviu a médica na quarta-feira (2). Luana Araújo chegou a ser anunciada pelo governo federal para integrar a Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde em maio, mas teve sua nomeação cancelada em apenas 10 dias.
“Estou ajudando e não indo contra. A partir desse momento em que me coloco a disposição para ajudar, a mim me parece muito estranho que um posicionamento de uma discussão anacrônica uma discussão que não tem cabimento, que influencie nesse tipo de situação. Mas é uma hipótese, eu não sei”, complementou a médica em entrevista à CNN.
Repercussão do depoimento
Luana Araújo afirmou que, após prestar depoimento à CPI da Pandemia na quarta-feira (2), recebeu mensagens de apoio e sentiu gratidão pela oportunidade de trocar experiências.
“Fico extremamente feliz e grata que uma situação quase traumática tenha sido transformada em uma oportunidade de troca de conhecimento com as pessoas. O que eu recebi das pessoas é uma sensação de avidez, que me faz querer dividir aquilo que eu sei”, disse.
Ainda no contexto de seu depoimento à CPI, a médica destacou a importância de proporcionar às pessoas a capacidade de avaliação, pautadas pela ciência e educação.
“Acho que eu consegui entender que existe um espaço muito importante para a educação das pessoas nesse sentido, e há uma carência para esse tipo de entendimento. A ideia não é fazer a cabeça das pessoas, mas dar ferramentas para que elas consigam por si, serem críticas o suficiente para avaliar o que está acontecendo e tomar a decisão delas, isso é o mais interessante da educação e da ciência”, afirmou Araújo.
Dispensa do cargo
Em entrevista à CNN, a médica Luana Araújo afirmou que não lembra exatamente as palavras usadas pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ao ser dispensada do cargo de secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 da pasta. Mas disse ter notado algo “estranho” nos poucos dias que atuou na função.
“Eu vinha trabalhando normalmente com acesso muito livre, franco e direto ao ministro na construção desses desejos para condução da política pública. Houve, ao final do dia, esse encontro e essa conversa com a notícia. Eu entendi que a coisa estava um pouco estranha a partir do momento que existia uma data para essa nomeação. A gente sente as coisas, achei que havia alguma coisa estranha”, relatou.
“Foi uma conversa muito franca e direta. Ele [Marcelo Queiroga] sempre teve muita hombridade comigo. Ele expressou esse pesar e disse que, a despeito de todo o trabalho, lamentavelmente a minha nomeação não ia sair.” (CNN)