Ressaca pós-festas: o que realmente ajuda a aliviar os sintomas do excesso de álcool

Cientistas também que várias áreas do cérebro - incluindo o hipotálamo, que tem sido associado a alguns tipos de dores de cabeça - têm receptores para vitamina D Getty Images/Tetra images RF

 

Especialista reforça que hidratação, alimentação equilibrada e descanso são as principais estratégias; café e remédios preventivos não são indicados

Durante as festas de fim de ano, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas costuma resultar em um problema comum no dia seguinte: a ressaca. Dor de cabeça, náuseas, enjoo, sede intensa e mal-estar geral estão entre os sintomas mais frequentes. Apesar das inúmeras “receitas milagrosas” que circulam popularmente, especialistas alertam que poucas medidas realmente funcionam — e a maioria delas passa longe de remédios ou soluções rápidas.

Segundo a especialista Mari, a principal forma de prevenir a ressaca é manter o corpo hidratado. A recomendação clássica de intercalar o consumo de álcool com água segue sendo a mais eficaz. “Manter a hidratação reduz muitos dos sintomas do dia seguinte, porque boa parte do que sentimos vem da desidratação. Quando bebemos álcool, perdemos muito líquido”, explica.

Ela também é enfática ao desaconselhar o uso de medicamentos antes ou durante o consumo de álcool. “Remédio antes de beber ou enquanto está bebendo é totalmente desaconselhado e isso está descrito na bula. A automedicação é sempre perigosa”, alerta. Mesmo no dia seguinte, o uso de medicamentos deve ser feito com cautela.

Para quem exagerou e apresenta sintomas como vômitos ou diarreia, bebidas isotônicas podem ajudar na reposição de eletrólitos, como sódio e potássio, mas não são indispensáveis. “A água pode ser suficiente. Sucos de frutas também são ótimos aliados, especialmente os de frutas ricas em líquidos, como melancia, melão e abacaxi”, orienta.

A alimentação também desempenha papel importante na recuperação. O café, bastante popular como “cura” da ressaca, não é recomendado, pois pode agredir ainda mais o estômago. Já refeições leves e nutritivas são essenciais. “Dá vontade de comer alimentos muito gordurosos, mas eles não são ideais. O corpo pede carboidratos porque precisa de energia para lidar com a intoxicação”, explica Mari. Antes de beber, o leite pode ajudar a manter a hidratação por mais tempo.

Outro mito bastante difundido — o de que beber mais álcool ajuda a aliviar a ressaca — é rebatido com firmeza. “Não. O fígado, o cérebro e o estômago já estão sobrecarregados. O que o corpo precisa é descanso, boa alimentação, líquidos e tempo. A ressaca passa”, afirma.

Por fim, a especialista reforça que não existe dose segura ou saudável de álcool. “Sabemos que o álcool faz parte da cultura, especialmente em datas comemorativas. Por isso, beber o mínimo possível, se alimentar bem e se hidratar são as melhores estratégias para evitar problemas”, conclui.