Cine Brasília fecha 2025 com recorde de público, novas sessões e avanços em acessibilidade

Foto: Andre Borges/Agência Brasília

 

Programação diversa, como a criação de novas faixas especiais, consolidam o papel do cinema como referência cultural do DF

O ano de 2025 segue para sua reta final, mas os meses até aqui já representam um período importante para o Cine Brasília, que reforça seu papel como um dos principais polos de exibição e formação audiovisual do país. Entre janeiro e novembro deste ano, o cinema recebeu 159.531 espectadores, número que traduz não apenas a relevância de um dos últimos cinemas de rua em funcionamento no Brasil, mas também o impacto de uma política consistente de diversificação da programação, ampliação do acesso e fortalecimento do vínculo com diferentes públicos do Distrito Federal.

Esse desempenho também se expressa de forma contundente na circulação do cinema nacional. Dados registrados até o dia 12 deste mês indicam que o longa-metragem O Agente Secreto ultrapassou 993 mil espectadores em 743 salas pelo país, sendo mais de 9 mil deles no Cine Brasília. Esse número representa uma participação de mercado próxima de 1% e posiciona o cinema como o 12º maior exibidor do filme no Brasil. Outro destaque notável é a produção brasiliense A Natureza das Coisas Invisíveis, que alcançou público superior a 3 mil espectadores em 33 cinemas brasileiros, dos quais 1,2 mil assistiram à obra no Cine Brasília, concentrando cerca de 40% do público total e colocando o espaço como o principal exibidor do longa em território nacional.

Entre os principais marcos do ano está a expansão da grade regular, com a criação de novas sessões fixas semanais que passaram a dialogar com diferentes rotinas e perfis de público. A Sessão Contraturno, às sextas-feiras pela manhã, e a Sessão Família, aos domingos à tarde, ampliaram as possibilidades de frequência ao cinema e reforçaram o compromisso do Cine Brasília com o acesso democrático à experiência cinematográfica.

A acessibilidade permaneceu como um dos eixos estruturantes da programação. Ampliada ainda em 2024, a Sessão Acessível seguiu com apresentações quinzenais ao longo do ano, oferecendo recursos de audiodescrição, legendas descritivas e Libras, sempre com entrada gratuita. Já a Sessão Atípica, criada no ano anterior para atender ao público neurodivergente, foi fortalecida e ampliada. Pensada inicialmente para ocorrer mensalmente em uma quarta-feira, ela passou a contar com duas edições mensais, ocorrendo também em um sábado por mês. A partir da segunda semana em cartaz no Cine Brasília, O Agente Secreto passou a ser exibido com legendas descritivas na tela em todas as sessões.

O ano marcou ainda a criação de novas sessões especiais fixas, que ampliaram o escopo curatorial do cinema. Com a Sessão Clássicos, integrada à programação mensal a partir de abril, o Cine Brasília passou a promover o reencontro do público com obras fundamentais da história cinematográfica. Em junho, outras duas opções foram criadas. Enquanto a Sessão Monumental trouxe filmes de grande impacto artístico ou histórico, a Sessão Circuitão voltou-se para títulos de grande apelo popular na grade, reafirmando a proposta de unir cinema de arte e produções mainstream em um mesmo espaço cultural. A isso se soma a política de ingressos a preços fixos — R$ 20 a inteira e R$ 10 a meia, de quarta a domingo, e R$ 10 e R$ 5 às segundas e terças —, ampliando a possibilidade de acesso do público a esses títulos por valores abaixo dos praticados nos cinemas comerciais.

Para além da tela, o equipamento cultural manteve e aprofundou ações de participação e transparência, com a continuidade dos encontros mensais do conselho consultivo, abertos a todas as pessoas e com oferta de cortesias para quem participa, além das chamadas públicas permanentes e do programa de fidelidade.

Os resultados alcançados até aqui confirmam o sucesso do projeto de gestão compartilhada entre a Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF) e a Box Cultural, renovado em 2024. Ao encerrar 2025 com números expressivos de público, programação diversificada e maior visibilidade, o Cine Brasília reafirma seu papel como espaço vivo de cultura, formação e encontro na cidade. As novas sessões, o fortalecimento das políticas de acessibilidade, o diálogo permanente com o setor audiovisual e a valorização simultânea do cinema brasileiro, do patrimônio cinematográfico e das produções contemporâneas projetam um 2026 ainda mais aberto à experimentação e ao aprofundamento do cinema como experiência democrática.

*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec-DF)