Lula cobra “narrativa correta” do governo em última reunião ministerial de 2025

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Presidente diz que cenário do país é favorável, mas não refletido nas pesquisas, e pede alinhamento do discurso para o ano eleitoral

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (17) que o governo precisa alcançar a “narrativa correta” para informar à população brasileira sobre os acontecimentos dos últimos anos. A declaração foi feita durante a última reunião ministerial de 2025, realizada na residência oficial da Granja do Torto, em Brasília.

Segundo Lula, o país vive uma situação “amplamente favorável”, mas esse cenário não aparece com a força esperada nas pesquisas de opinião pública, em razão da polarização política. O presidente destacou que o discurso do governo precisa estar bem definido diante do processo eleitoral de 2026.

“O ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Ou seja, nós temos que criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem nesse país, quem faz o quê, o que aconteceu antes de nós e o que acontece quando nós chegamos ao governo”, afirmou Lula aos ministros, citando ações em áreas como economia e inclusão social.

O presidente avaliou que parte da população ainda não compreende plenamente as transformações recentes no país. “Tenho a impressão de que o povo ainda não sabe o que aconteceu. Nós ainda não conseguimos a narrativa correta para que o povo faça uma avaliação das coisas que aconteceram neste país”, disse.

Lula também afirmou que aceitará o afastamento de ministros que desejarem disputar cargos eletivos em 2026, quando serão escolhidos o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais.

Durante a reunião, o presidente ressaltou a capacidade de articulação política do governo no Congresso Nacional, mencionando a aprovação de medidas como a reforma tributária e a isenção do imposto de renda. Para ele, o Brasil vive um “momento ímpar” do ponto de vista econômico, impulsionado pelo aumento da capacidade de investimento e financiamento dos bancos públicos.

Ao reafirmar sua visão econômica, Lula defendeu a circulação de renda entre a população. “Pouco dinheiro na mão do povo resolve o problema. Se tiver dinheiro na mão do povo, está resolvido o problema da industrialização, do consumo, da agricultura e da inflação”, afirmou. Ele acrescentou que o governo “acabou com a invisibilidade do povo pobre”, historicamente lembrado apenas em períodos eleitorais.

Após a fala de abertura do presidente, o vice-presidente Geraldo Alckmin apresentou ações relacionadas às políticas industriais em andamento. Em seguida, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez um balanço dos três primeiros anos de gestão. Também estão previstas as participações dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).