
Decisão também intervém no diretório do Pará; Sabino diz que permaneceu no governo para não prejudicar projetos e manter apoio à COP30
A Comissão Executiva Nacional do União Brasil decidiu, nesta segunda-feira (8), expulsar o deputado federal e ministro do Turismo, Celso Sabino, com cancelamento imediato de sua filiação partidária. A medida ocorre após o ministro permanecer no governo federal, mesmo após determinação da legenda, em setembro, para que todos os filiados deixassem cargos ou funções comissionadas na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em nota, o União Brasil afirmou que a expulsão “decorre de uma representação apresentada contra Sabino, que permaneceu no governo federal, em atitude contrária à determinação do partido”. A sigla reforçou que a orientação de rompimento com a base governista foi clara e deveria ser cumprida por todos os seus membros.
Sabino reagiu nas redes sociais, afirmando que optou por continuar no Ministério do Turismo para não interromper projetos em andamento, especialmente às vésperas da COP30, que será realizada no Pará, seu estado de origem.
“Minha exclusão deu-se pelo fato de eu continuar ajudando o Pará, trabalhando no Ministério do Turismo e servindo ao Brasil. Escolhi seguir o que considero — e que grande parte dos brasileiros também entende — como o melhor projeto para o país, comandado pelo presidente Lula”, declarou.
O agora ex-filiado acrescentou que deixa o partido “de cabeça erguida e ficha limpa” e criticou o prazo exigido pela legenda. “Me pediram para sair em 24 horas, faltando menos de um mês para a COP30. Eu não teria essa irresponsabilidade.”
Além da expulsão, o União Brasil também decidiu intervir no Diretório Estadual do Pará, que passa a ser comandado por uma Comissão Executiva Interventora. Para Sabino, a decisão é injusta e sem fundamento.
“Interviram sem que o Diretório tivesse cometido qualquer infração regimental ou descumprido determinações do partido. É uma decisão injusta e até absurda”, afirmou o ministro, destacando que o diretório foi eleito de forma regular e seguia as normas internas.
A crise expõe um novo capítulo do afastamento do União Brasil da base governista, reforçado desde setembro, e amplia o desgaste entre a sigla e integrantes que permaneceram alinhados ao Executivo.










