Alta nas importações e queda nas exportações de petróleo pressionam desempenho; acumulado do ano também recua
Pressionada pelo aumento das importações e pela retração nas exportações de petróleo, a balança comercial brasileira registrou em novembro o menor superávit para o mês em quatro anos. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira (4) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o saldo positivo foi de US$ 5,842 bilhões — uma queda de 13,4% em relação a novembro de 2024.
Apesar do saldo menor, tanto exportações quanto importações bateram recorde histórico para meses de novembro desde 1989. As exportações somaram US$ 28,515 bilhões, alta de 2,4% na comparação anual, enquanto as importações totalizaram US$ 22,673 bilhões, avanço de 7,4%.
No acumulado entre janeiro e novembro, o superávit totaliza US$ 57,839 bilhões, 16,8% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado e o menor resultado desde 2022. As exportações no período cresceram 1,8% e alcançaram US$ 317,821 bilhões, enquanto as importações avançaram 7,2%, chegando a US$ 259,983 bilhões.
Entre os setores, a agropecuária foi destaque em novembro, com crescimento de 25,8% impulsionado por aumento no volume exportado e leve alta nos preços. Já a indústria extrativa registrou queda de 14%, afetada principalmente pela diminuição das vendas de óleos brutos de petróleo e minérios de cobre. A indústria de transformação teve avanço de 3,7%, puxada por produtos como ferro e aço (+102%), aeronaves (+86,1%) e carne bovina (+57,9%).
A queda nas exportações de petróleo — US$ 963 milhões a menos que em novembro de 2024 — foi determinante para o resultado do mês, influenciada por variações comuns devido a manutenções programadas em plataformas.
Do lado das importações, o crescimento reflete a recuperação da economia brasileira, com maior consumo e investimento. Entre os destaques estão o aumento de compras de combustíveis (+63,7%), máquinas não elétricas (+46,4%) e equipamentos de processamento de dados (+115,3%).
Para 2025, o Mdic projeta superávit de US$ 60,9 bilhões, com exportações estimadas em US$ 344,9 bilhões e importações em US$ 284 bilhões — previsão mais conservadora que a do mercado financeiro, que projeta superávit de US$ 62,85 bilhões, segundo o boletim Focus.
