
Intercambistas do Pontes para o Mundo destacaram a resiliência adquirida ao final dos três meses de estudos na Inglaterra
“Tornamo-nos estrangeiros para conhecer quem somos.” A frase do escritor Octavio Paz no livro The Labyrinth of Solitude pode descrever um pouco da experiência inesquecível que 101 estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal vivenciaram nos últimos três meses com o programa de intercâmbio educacional Pontes para o Mundo.
Para celebrar a formatura dos alunos que estudaram nos quatro colleges localizados na Inglaterra, 49 estudantes se reuniram na última terça-feira (25), no Rugby College, em uma cerimônia que juntou a delegação brasiliense da Secretaria de Educação (SEEDF) e autoridades das instituições educacionais inglesas.
Com direito a beca, diplomas, um tradicional almoço inglês e uma playlist com pagode e outros gêneros brasileiros, os alunos se encontraram no Rugby College, na cidade de Rugby (Inglaterra), para a cerimônia. Ao citar a frase do escritor Octavio Paz em seu discurso, o coordenador do programa, David Nogueira, destacou o orgulho e esperança que sentiu ao conviver com os jovens brasileiros nos últimos meses.
“Durante esses três meses do programa, eu visitei todos os colleges e falei pessoalmente com cada um de vocês. E eu quero dizer que vocês me encheram de imenso orgulho e esperança. Orgulho por saber que nossas escolas públicas estão cheias de mentes talentosas e criativas. E esperança porque eu sei que vocês ajudarão a construir e governar um mundo que meus filhos pequenos vão viver”, disse.
A secretária de Educação do DF, Hélvia Paranaguá, emocionou-se com o discurso do coordenador e complementou: “Essa cerimônia de formatura não é o fim de um capítulo, é o início de muitos outros. Vocês voltam para casa com horizontes mais amplos, confiança renovada e uma mentalidade expandida. Que esta experiência no Reino Unido continue a inspirar vocês a construir pontes entre culturas, ideias e sonhos”.
Autonomia e resiliência
Entre os aprendizados mais citados pelos estudantes estão a autonomia e a resiliência. Maria Eduarda Araújo, intercambista na Inglaterra, disse que a experiência superou as expectativas: “Eu vivi coisas incríveis. Meu inglês melhorou muito, mas também fiz muitas amizades e conheci pessoas que nunca imaginei”.
Ela conta que já se achava independente dos pais, mas notou que ganhou resiliência com o intercâmbio. “Eu tinha mais tendência a desistir e hoje vejo que consigo ir até o final. A gente nunca pode deixar se levar pelo medo porque é assim que vivemos coisas incríveis”, indicou.
Programa Pontes para o Mundo
O Pontes para o Mundo é um programa de intercâmbio educacional executado pela SEEDF, que oferece a estudantes da rede pública de ensino do DF a oportunidade de vivência internacional. David Nogueira, coordenador do Pontes para o Mundo, destacou o trabalho dos servidores da Educação para que a primeira edição da iniciativa pudesse acontecer em 2025.
“Quando vocês voltarem ao Brasil, olhem bem para os professores, diretores, profissionais da limpeza, merendeiras de suas respectivas escolas, e lembrem-se que milhares de pessoas estão trabalhando diariamente para que vocês tenham oportunidades como essa”, disse aos alunos.
A primeira edição do programa ocorreu entre setembro e dezembro deste ano, no Reino Unido, onde os alunos selecionados foram direcionados para oito colleges diferentes localizados na Inglaterra, País de Gales e Escócia.
A partir do próximo ano, o número de vagas do programa será ampliado. A previsão é de que o Pontes para o Mundo também seja expandido para outros países como Japão, Alemanha e Espanha. Além disso, para transformar a iniciativa em um programa permanente, a SEEDF encaminhará um projeto de lei à Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).
*Com informações da Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF)











