Governo reduz necessidade de financiamento em 2024

© Marcello Casal JrAgência Brasi

Endividamento cai 12,2% com arrecadação em alta e avanço moderado das despesas, aponta IBGE

O Governo Geral — que engloba União, estados e municípios — precisou de R$ 741,3 bilhões para fechar as contas de 2024, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O valor, conhecido como necessidade de financiamento líquida, indica o quanto o setor público teve de se endividar no ano passado. Apesar do volume expressivo, o montante representa uma queda de 12,2% em relação a 2023, já considerando o pagamento de juros da dívida pública.

O estudo Estatísticas de Finanças Públicas e Conta Intermediária de Governo, elaborado em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional e o Banco Central, detalha a distribuição da necessidade de financiamento:

  • Governo Central: R$ 670,3 bilhões

  • Estados: R$ 55,5 bilhões

  • Municípios: R$ 15,5 bilhões

O Governo Central inclui o Executivo federal, Legislativo, Judiciário, Previdência Social, estatais dependentes e órgãos da administração direta e indireta.

Arrecadação cresce mais que despesas

A queda na necessidade de financiamento ocorreu graças ao avanço mais robusto da arrecadação em comparação às despesas. Segundo o IBGE, as receitas totais cresceram 12,7% em termos nominais, enquanto os gastos aumentaram 8,5%.

Na composição da arrecadação, os impostos tiveram alta de 16,3%, e as contribuições sociais avançaram 8,2%. Do lado das despesas, o maior peso continua sendo dos benefícios previdenciários e assistenciais, que somaram R$ 1,9 trilhão no período. Mesmo assim, essa rubrica cresceu apenas 6% em 2024 — embora os benefícios assistenciais de idade e invalidez tenham registrado uma expansão bem maior, de 18,2%.

Os dados também mostram que o Governo Geral desembolsou R$ 971 bilhões em juros da dívida pública, equivalente a 52% de tudo o que o país gastou com benefícios previdenciários e assistenciais.

Peso do Governo Central

Assim como nos anos anteriores, as maiores parcelas tanto de receitas quanto de despesas ficaram concentradas no Governo Central, reforçando seu papel predominante nas contas públicas brasileiras.

Com a arrecadação em trajetória ascendente e o avanço das despesas mais moderado, o resultado de 2024 indica uma leve melhora na capacidade fiscal do país — embora o volume total de financiamento necessário ainda siga elevado.