
Pela primeira vez, cientistas registraram uma placa tectônica se rompendo em uma zona de subducção, um dos processos mais profundos e poderosos da dinâmica terrestre. A ruptura ocorre na placa Juan de Fuca, localizada no fundo do Oceano Pacífico, entre o Canadá e os Estados Unidos — uma das regiões geologicamente mais ativas do planeta.
A descoberta, publicada em setembro na revista Science Advances, revela um evento inédito: a desintegração gradual de uma placa que há milhões de anos vem mergulhando sob outra por meio do processo de subducção — quando uma placa da crosta terrestre desliza para baixo de outra, afundando no manto.
De acordo com os pesquisadores, a ruptura da placa Juan de Fuca pode indicar que esse processo está chegando ao fim, criando um novo limite tectônico na região. Essa transformação geológica tem potencial para redefinir a estrutura do fundo oceânico e oferece novas pistas sobre como a superfície terrestre evolui ao longo do tempo.
Apesar da relevância científica, o fenômeno também acende um alerta: a instabilidade gerada pelo rompimento pode aumentar o risco de terremotos na costa noroeste do Pacífico, área que já concentra falhas sísmicas ativas.
Os cientistas afirmam que ainda é impossível prever o que acontecerá a seguir ou quanto tempo levará para que a placa se parta completamente. No entanto, acompanhar esse processo em tempo real representa um marco para a geologia moderna — e uma oportunidade única de observar, pela primeira vez, a transformação de uma placa tectônica em plena atividade.









