Cientistas registram pela primeira vez ruptura de uma placa tectônica em subducção no Pacífico

Foto de NASA na Unsplash

Pela primeira vez, cientistas registraram uma placa tectônica se rompendo em uma zona de subducção, um dos processos mais profundos e poderosos da dinâmica terrestre. A ruptura ocorre na placa Juan de Fuca, localizada no fundo do Oceano Pacífico, entre o Canadá e os Estados Unidos — uma das regiões geologicamente mais ativas do planeta.

A descoberta, publicada em setembro na revista Science Advances, revela um evento inédito: a desintegração gradual de uma placa que há milhões de anos vem mergulhando sob outra por meio do processo de subducção — quando uma placa da crosta terrestre desliza para baixo de outra, afundando no manto.

De acordo com os pesquisadores, a ruptura da placa Juan de Fuca pode indicar que esse processo está chegando ao fim, criando um novo limite tectônico na região. Essa transformação geológica tem potencial para redefinir a estrutura do fundo oceânico e oferece novas pistas sobre como a superfície terrestre evolui ao longo do tempo.

Apesar da relevância científica, o fenômeno também acende um alerta: a instabilidade gerada pelo rompimento pode aumentar o risco de terremotos na costa noroeste do Pacífico, área que já concentra falhas sísmicas ativas.

Os cientistas afirmam que ainda é impossível prever o que acontecerá a seguir ou quanto tempo levará para que a placa se parta completamente. No entanto, acompanhar esse processo em tempo real representa um marco para a geologia moderna — e uma oportunidade única de observar, pela primeira vez, a transformação de uma placa tectônica em plena atividade.