Cláudio Castro defende operação no Alemão e na Penha

© Fernando Frazão/Agência Brasil

 

Governador do Rio afirma que ofensiva mirou facção criminosa e que mortos eram “criminosos”; operação deixou ao menos 119 mortos, segundo balanço oficial.

 

 

 

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), afirmou nesta quarta-feira (29) ter “total tranquilidade” para defender a operação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da capital fluminense, que deixou dezenas de mortos. A ação, deflagrada contra integrantes da facção criminosa Comando Vermelho, envolveu 2,5 mil agentes, além de blindados e helicópteros.

Em entrevista coletiva, Castro disse que a operação teve como objetivo cumprir mandados judiciais expedidos após mais de um ano de investigação. “As únicas vítimas de verdade da operação foram os quatro policiais que morreram nos confrontos”, declarou o governador.

Castro também afirmou que os confrontos não ocorreram “em áreas edificadas”. Segundo ele, as trocas de tiros se deram em regiões de mata. “Não creio que estivesse alguém passeando na mata em um dia de conflito e, por isso, a gente pode tranquilamente classificar [os mortos como criminosos]. E, se tiver algum erro de classificação, ele com certeza é residual, irrisório”, afirmou.

O governador classificou a ação como “bem-sucedida” e destacou que o objetivo era retomar o controle de áreas dominadas pelo crime organizado. “Foi uma operação importante, planejada e necessária para enfrentar o poder bélico das facções”, disse.

O Rio de Janeiro amanheceu nesta quarta-feira com dezenas de corpos enfileirados em uma rua próxima a uma área de mata onde foram relatados intensos tiroteios durante a madrugada. O último balanço oficial divulgado pelo governo estadual aponta 119 mortos, número que ainda pode aumentar à medida que as autoridades avançam nas buscas e identificações.