
IPCA-15 acumula 4,94% em 12 meses; energia elétrica e alimentos aliviam índice, enquanto combustíveis puxam alta no grupo de transportes
A prévia da inflação oficial de outubro ficou em 0,18%, resultado influenciado pela alta dos combustíveis e pela queda dos preços dos alimentos pelo quinto mês consecutivo. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou em relação a setembro, quando havia registrado 0,48%, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado de 12 meses, o índice soma 4,94%, abaixo dos 5,32% registrados nos 12 meses anteriores. Apesar da desaceleração, a inflação continua acima da meta do governo, de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual — podendo variar entre 1,5% e 4,5%.
De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central (BC), o mercado financeiro estima que o IPCA encerre 2025 em 4,7%.
Transportes lideram alta
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram alta entre setembro e outubro: vestuário (0,45%), despesas pessoais (0,42%), transportes (0,41%), saúde e cuidados pessoais (0,24%) e habitação (0,16%).
O grupo transportes exerceu a maior pressão no índice, respondendo por 0,08 ponto percentual do IPCA-15. Os combustíveis subiram 1,16%, com destaque para gasolina (0,99%) e etanol (3,09%). As passagens aéreas também tiveram alta de 4,39% no mês.
Alimentos recuam pelo quinto mês
O grupo alimentação e bebidas teve queda de 0,02%, resultado puxado pela alimentação no domicílio, que recuou 0,10%. Os principais itens em baixa foram cebola (-7,65%), ovo de galinha (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1%).
Com isso, o grupo acumula cinco meses seguidos de retração, o que representa um alívio de 0,98 ponto percentual no índice desde maio.
Conta de luz mais barata
No grupo habitação, houve desaceleração de 3,31% em setembro para 0,16% em outubro, reflexo da redução na energia elétrica residencial (-1,09%). A mudança da bandeira tarifária vermelha patamar 2 para 1 fez cair o custo adicional na conta de luz, passando de R$ 7,87 para R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aplica as bandeiras tarifárias para cobrir o custo adicional das usinas termelétricas, acionadas quando há baixa nos reservatórios das hidrelétricas.
Diferença entre IPCA-15 e IPCA
O IPCA-15 segue a mesma metodologia do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), utilizado como referência para a política de metas de inflação do governo. A diferença está no período de coleta de preços, que no caso do IPCA-15 ocorre antes do fim do mês de referência — entre 16 de setembro e 13 de outubro, na atual divulgação.
Ambos os índices refletem a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos por famílias com renda de um a 40 salários mínimos (atualmente R$ 1.518).
O IPCA-15 é calculado em 11 regiões metropolitanas (incluindo Brasília e Goiânia), enquanto o IPCA completo abrange 16 localidades e será divulgado em 11 de novembro.










