Lula quer discutir com Trump sanções a ministros do STF e tarifas contra o Brasil

© Ricardo Stuckert/PR

Presidente brasileiro afirmou, após viagem à Indonésia, que pretende defender os interesses do país e questionar punições dos EUA a magistrados do Supremo durante encontro na Malásia.

 

 

 


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, na madrugada desta sexta-feira (24), que pretende discutir diretamente com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, as sanções impostas por Washington a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada após o encerramento da viagem oficial de Lula à Indonésia. O próximo destino do presidente é a Malásia, onde Trump também participará da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e do encontro de líderes do Leste Asiático (EAS).

Segundo Lula, a reunião servirá para tratar não apenas das punições aplicadas aos ministros brasileiros, mas também das sobretaxas impostas aos produtos nacionais. “Eu tenho todo o interesse em ter essa reunião, defender os interesses do Brasil e mostrar que houve equívoco nas taxações. Quero discutir a punição que foi dada a ministros da Suprema Corte, algo sem explicação”, declarou o presidente.

Sete ministros do STF foram alvo de sanções dos Estados Unidos por sua atuação nos julgamentos relacionados à tentativa de golpe ocorrida durante o governo de Jair Bolsonaro.

Lula e Trump já haviam tido um breve contato em setembro, durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, e conversaram por telefone dias depois. O presidente brasileiro disse estar disposto a debater qualquer tema com o governo norte-americano. “Não tem assunto proibido. Vai ser uma reunião livre, a gente vai poder dizer o que quiser, ouvir o que quiser e o que não quiser também”, afirmou.

Durante sua passagem pela Indonésia, Lula também participou de encontros com empresários e com o presidente local, Prabowo Subianto. Os dois países assinaram acordos de cooperação e discutiram a ampliação das relações comerciais. “O mundo exige dos líderes políticos vontade de negociar. O Brasil precisa ir atrás e oferecer o que tem de melhor”, concluiu Lula.