
Preço médio de alimentos e bebidas caiu 0,02% no mês, segundo o IPCA-15; deflação do setor já acumula 0,98% desde junho
A prévia da inflação oficial no país mostrou que, em outubro, os preços de alimentos e bebidas recuaram 0,02%, em média, registrando o quinto mês consecutivo de deflação. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo acumula queda de 0,98% entre junho e outubro.
O IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, também apresentou desaceleração geral: passou de 0,48% em setembro para 0,18% neste mês. No acumulado de 12 meses, o índice soma 4,94%, abaixo dos 5,32% registrados no período anterior.
Os alimentos e bebidas seguem com inflação acumulada de 6,26% em 12 meses — acima da inflação geral, mas no menor patamar desde setembro de 2024. Já a alimentação no domicílio, que exclui refeições fora de casa, caiu 0,10% em outubro e acumula alta de 5,47% em 12 meses.
Entre os itens que mais contribuíram para a queda dos preços estão a cebola (-7,65%), o ovo de galinha (-3,01%), o arroz (-1,37%) e o leite longa vida (-1%), cada um impactando o índice em -0,01 ponto percentual. Outros produtos com forte recuo foram pepino (-24,43%), abobrinha (-20,80%) e morango (-15,63%), embora com peso menor na composição geral.
Nos últimos 12 meses, as maiores reduções foram observadas na batata-inglesa (-39%), feijão preto (-32%) e cebola (-27%), enquanto produtos como café moído (+53%) e pimentão (+36%) ficaram mais caros.
Para o economista-chefe da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Felipe Queiroz, o resultado é positivo e indica uma tendência de estabilização.
“Tendo em vista a importância da alimentação no orçamento das famílias, especialmente das de menor renda, o resultado de outubro é animador, com queda em itens essenciais como arroz, leite, ovos e cebola”, afirmou.
Queiroz acrescenta que a safra recorde de grãos deve contribuir para manter a trajetória de desaceleração da inflação nos próximos meses. “O cenário é favorável à convergência da inflação para o centro da meta do governo, que é de 3% ao ano, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos”, destacou.










