
Sete réus são acusados de integrar organização criminosa responsável por disseminar desinformação e atacar instituições democráticas durante o processo eleitoral de 2022
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça-feira (21) o julgamento dos réus do Núcleo 4 da trama golpista, investigada por envolvimento em ações de desinformação e ataques virtuais a autoridades e instituições durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O julgamento foi iniciado na semana passada, quando a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a condenação dos sete acusados que compõem o grupo. Segundo a PGR, eles integravam uma organização criminosa armada voltada à propagação de notícias falsas sobre o processo eleitoral e à incitação contra o Estado Democrático de Direito.
Fazem parte do núcleo os militares Ailton Gonçalves Moraes Barros, Ângelo Martins Denicoli, Giancarlo Gomes Rodrigues, Guilherme Marques de Almeida, Reginaldo Vieira de Abreu, o policial federal Marcelo Araújo Bormevet e Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do Instituto Voto Legal. Eles respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
A sessão será aberta com o voto do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal. Em seguida, votarão Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino, que preside o colegiado. Caso sejam condenados, os réus não serão presos automaticamente, podendo recorrer da decisão.
Até o momento, apenas o Núcleo 1, formado por Jair Bolsonaro e outros sete acusados, teve julgamento concluído, com todos condenados. Os núcleos 2 e 3 devem ser analisados ainda este ano — o Núcleo 3 em 11 de novembro e o Núcleo 2 em dezembro. Já o Núcleo 5, que inclui o empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente João Figueiredo, ainda não tem data definida para julgamento.
O julgamento desta terça é mais um passo na responsabilização dos envolvidos nas ações golpistas de 2022, marcadas por tentativas de descredibilizar o sistema eleitoral brasileiro e atentar contra as instituições democráticas.