Vacina brasileira contra a covid-19 é considerada segura e deve chegar à população até 2027

© Fernando Frazão/Agência Brasil

Imunizante SpiN-TEC, desenvolvido pela UFMG com apoio do MCTI, marca avanço da ciência nacional e entra na fase final de estudos clínicos.

O Brasil deu um passo importante na produção científica e tecnológica ao publicar, neste mês, o primeiro artigo sobre os testes de segurança de uma vacina contra a covid-19 totalmente nacional. Os resultados mostram que o imunizante, batizado de SpiN-TEC, é seguro e está pronto para avançar à fase final de estudos clínicos, com previsão de estar disponível para a população até o início de 2027.

Desenvolvida pelo Centro de Tecnologia de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a SpiN-TEC contou com investimento de R$ 140 milhões do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e da RedeVírus. O apoio financeiro abrangeu desde os ensaios pré-clínicos até as fases 1, 2 e 3 dos testes.

Em entrevista à Agência Brasil e à TV Brasil, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, destacou o significado simbólico do desenvolvimento da vacina, especialmente diante do negacionismo científico que marcou o auge da pandemia.

“O desenvolvimento dessa vacina se reveste de muitos simbolismos. É a prova da capacidade da inteligência brasileira e da importância de virar a página do negacionismo no país”, afirmou a ministra.

Luciana Santos ressaltou ainda que o projeto demonstra o potencial do Brasil para desenvolver soluções próprias em saúde pública e reafirma o papel estratégico de instituições como a Fiocruz e o Instituto Butantan, que tiveram papel decisivo durante a pandemia.

“A SpiN-TEC é um libelo à inteligência brasileira, 100% produzida no Brasil”, completou a ministra, expressando otimismo quanto à futura aprovação do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).