
Boletim Focus aponta estabilidade nas estimativas para os principais indicadores econômicos do próximo ano, mesmo diante de deflação registrada em agosto
As projeções econômicas para 2025 permaneceram estáveis, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (22) pelo Banco Central (BC). O relatório, que reúne expectativas de instituições financeiras e analistas do mercado, manteve a estimativa de inflação em 4,83%, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Essa estabilidade ocorre mesmo após o país registrar deflação de -0,11% em agosto, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) — a primeira taxa negativa desde agosto de 2024. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação média, teve deflação ainda maior, de -0,21%.
Para os anos seguintes, o Focus projeta inflação de 4,29% em 2026 e 3,90% em 2027, indicando uma expectativa de desaceleração nos preços.
No que diz respeito ao crescimento econômico, a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 também foi mantida em 2,16%, sem alterações em relação à semana anterior. As projeções para 2026 e 2027 também seguem estáveis, em 1,80% e 1,90%, respectivamente.
Outro destaque do boletim é a taxa Selic. Pela 13ª semana consecutiva, o mercado financeiro mantém a projeção em 15% ao ano. O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC também decidiu manter a Selic nesse patamar, citando incertezas no cenário internacional, especialmente ligadas à política econômica dos Estados Unidos e a tensões geopolíticas. O comitê também aponta moderação na atividade econômica brasileira e inflação ainda acima da meta como justificativas.
Para os anos seguintes, espera-se uma trajetória de queda gradual da Selic: 12,25% em 2026 e 10,50% em 2027.
No câmbio, a expectativa para a cotação do dólar ao final de 2025 segue em R$ 5,50. Para 2026 e 2027, a projeção é de estabilidade, com o dólar fechando ambos os anos a R$ 5,60. Atualmente, a moeda norte-americana está cotada em R$ 5,32.
O cenário traçado pelo Boletim Focus reforça a percepção de que, apesar de sinais pontuais de desaceleração da inflação, o mercado ainda prevê cautela para os próximos anos, diante de um ambiente externo volátil e de desafios internos na economia brasileira.