STF suspende repasses de emendas com indícios de crimes e aciona PF para investigar

O ministro da Justiça, Flavio Dino, é o entrevistado do programa A Voz do Brasil.

 

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta segunda-feira (15) a suspensão imediata dos repasses de emendas parlamentares em que a Controladoria-Geral da União (CGU) identificou indícios de irregularidades.

Na decisão, Dino também ordenou que a Polícia Federal seja notificada para instaurar novos inquéritos ou complementar investigações em andamento sobre os casos.

Municípios sob suspeita

A auditoria da CGU analisou a aplicação de emendas individuais em dez cidades em 2024. Apenas São Paulo (SP) cumpriu integralmente os requisitos de transparência e rastreabilidade. Foram apontadas falhas em nove municípios:

  • Camaçari (BA)

  • Carapicuíba (SP)

  • Coração de Maria (BA)

  • Iracema (RR)

  • Macapá (AP)

  • Rio de Janeiro (RJ)

  • São João de Meriti (RJ)

  • São Luiz do Anauá (RR)

  • Sena Madureira (AC)

As prefeituras citadas foram procuradas pelo Estadão para comentar.

Crimes investigados

Segundo Dino, os inquéritos buscarão apurar possíveis ilícitos como:

  • prevaricação

  • desobediência a ordem judicial

  • emprego irregular de verbas públicas

  • peculato

  • corrupção

O ministro destacou que os processos tramitarão inicialmente no STF, devido à ligação com deliberações parlamentares, e só depois poderão ser remetidos às instâncias ordinárias.

Continuidade das auditorias

Dino determinou que a CGU continue as inspeções para “separar o joio do trigo, evitar injustiças e assegurar o pleno direito de defesa”.

Relação com orçamento secreto

Relator da ação que trata do chamado orçamento secreto, Dino também ordenou o compartilhamento com a PF do relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre emendas cadastradas na plataforma Transferegov.br. O TCU apontou que R$ 85,4 milhões foram transferidos entre 2020 e 2024 sem plano de trabalho definido.