DF amplia leitos de UTI em 73% e salva vidas com atendimento mais ágil

Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília

 

Rede pública passou de 386 para 668 vagas desde 2019; novos credenciamentos com hospitais privados podem elevar crescimento a 102%

 

 

A ampliação do número de leitos de UTI no Distrito Federal já reflete em histórias de vida salvas. Foi o caso de Desmond Samuel, 9 anos, que ficou dois meses internado após sofrer graves infecções respiratórias. “Se não tivesse tido um atendimento tão rápido, ele teria morrido”, relatou a mãe, Adriana Rodrigues, 37 anos.

O aumento de 73% nas vagas — de 386, em 2019, para 668 em agosto de 2025 — foi alcançado com a expansão da rede própria e parcerias com hospitais particulares. Hoje, o DF conta com 233 leitos credenciados na rede privada e 433 da rede pública. Um novo edital lançado pela Secretaria de Saúde prevê contratar mais 113 leitos, podendo elevar o crescimento a 102% em relação a 2019.

Para o governador Ibaneis Rocha, a medida é uma resposta a uma das maiores demandas da população: “A contratação de hospitais privados para complementar os serviços prestados na nossa rede foi uma decisão muito acertada. Assim, conseguimos ampliar a oferta de leitos de UTI e agilizar cirurgias eletivas e tratamentos de câncer”, afirmou.

O secretário de Saúde, Juracy Lacerda, reforçou que a estratégia é indispensável diante da pressão crescente: “Expandir o acesso a leitos de terapia intensiva é essencial para atender a população”. Já a gerente de Serviços de Terapia Intensiva, Priscila Domingues, destacou a eficiência do modelo de credenciamento: “Só pagamos pelos dias efetivamente utilizados, o que garante resposta rápida e mais economia”.

Casos como o do monitor Sérgio Willian Vieira, 32 anos, diagnosticado com meningite e que passou dez meses entre a UTI e o coma, reforçam o impacto do investimento. “Os médicos falavam com amor, davam esperança, mesmo sem prometer resultados. Aquilo me fortalecia”, disse. Sua mãe, Regiane, elogiou o atendimento público: “Nada se compara ao que recebemos no Hospital de Base. O SUS nos acolheu maravilhosamente bem”.

Apesar da expansão, a fila por vagas ainda persiste. Segundo a SES-DF, o envelhecimento da população aumenta a demanda. A secretaria estuda novas estratégias, como ampliar cuidados paliativos e atenção domiciliar, para otimizar o uso dos leitos e garantir que o atendimento chegue a quem mais precisa.