
Arroz lidera deflação com forte recuo; tomate, batata e cebola também ficaram mais baratos, aponta IBGE
O orçamento das famílias brasileiras teve um respiro no mês de agosto, puxado pela queda nos preços de alimentos essenciais e combustíveis. Segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta quarta-feira (10) pelo IBGE, a inflação registrou variação negativa de 0,11%, o primeiro resultado abaixo de zero desde agosto de 2024 e o mais expressivo desde setembro de 2022.
Entre os itens que mais contribuíram para o alívio no bolso do consumidor, destacam-se o tomate (-13,39%), a batata-inglesa (-8,59%), a cebola (-8,69%), o arroz (-2,61%) e o café moído (-2,17%). Nos combustíveis, também houve queda: gasolina (-0,94%), etanol (-0,82%) e gás veicular (-1,27%).
Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, celebrou especialmente o recuo no preço do arroz. “Digamos que o carro-chefe dessa deflação é o arroz. Quem pagava no ano passado, nessa época, 5 quilos a R$ 30, R$ 27, R$ 28 — hoje está pagando R$ 15, R$ 16, R$ 17, R$ 18”, disse.
Teixeira atribuiu a redução ao bom desempenho da agricultura nacional e antecipou que o Levantamento da Safra de Grãos 2024/2025 deve registrar novo recorde. “Será o terceiro ano seguido de safra recorde. Também temos recordes no Plano Safra, cerca de R$ 500 bilhões no total e R$ 78 bilhões na agricultura familiar, com juros subsidiados”, destacou.
Com a queda nos preços dos grupos habitação, alimentação e bebidas, o IPCA acumulado em 2025 está em 3,15%, e em 12 meses, em 5,13%, abaixo dos 5,23% registrados no período anterior. O ministro reforçou que o resultado não tem relação com o chamado “tarifaço”, afirmando que a tendência de deflação de alimentos já vinha desde junho. “O presidente Lula tem o controle da inflação como uma de suas maiores preocupações”, concluiu.