
Medida busca evitar fuga do ex-presidente e exposição indevida de imagens; STF aguarda manifestação da PGR sobre prisão preventiva
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta terça-feira (26) a instalação de vigilância policial ostensiva na residência do ex-presidente Jair Bolsonaro, que cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. A decisão ocorre a uma semana do julgamento que pode levá-lo à prisão preventiva por tentativa de golpe de Estado.
Segundo Moraes, o reforço policial tem como objetivo impedir fuga e exposição indevida de imagens. A medida atende a pedido da Polícia Federal (PF), feito após um ofício do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), que alertou para a proximidade da casa de Bolsonaro com a Embaixada dos Estados Unidos, a cerca de dez minutos do local. O documento mencionava a possibilidade de um pedido de asilo político ao consulado norte-americano.
Escalada de ataques e risco de preventiva
A Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda vai se manifestar ao STF sobre se os atos recentes de Bolsonaro configuram descumprimento de ordens judiciais. Caso confirme a suspeita, Moraes poderá decretar a prisão preventiva do ex-presidente.
O ministro já havia sinalizado que os ataques recentes de Bolsonaro, feitos em parceria com o deputado Eduardo Bolsonaro e o pastor Silas Malafaia, representam afronta às restrições impostas desde julho.
Monitoramento conjunto
O policiamento na residência de Bolsonaro será realizado pela Polícia Penal do Distrito Federal, em conjunto com a PF, com a determinação de que não haja constrangimentos ao ex-presidente, familiares ou vizinhos.
A defesa de Bolsonaro negou, na última semana, qualquer descumprimento das medidas restritivas impostas pelo Supremo.