Juros médios ficam estáveis em julho, mas seguem em nível elevado

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Taxa média chegou a 31,4% ao ano; crédito rotativo do cartão alcança 446,6%

 

 

As taxas médias de juros no Brasil permaneceram praticamente estáveis em julho de 2025, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (27) pelo Banco Central (BC). A média de todas as operações de crédito – livre e direcionado, para famílias e empresas – ficou em 31,4% ao ano, uma leve queda de 0,2 ponto percentual em relação ao mês anterior. Apesar da estabilidade, o índice acumula alta de 3,6 pontos percentuais em 12 meses.

A trajetória segue em linha com a manutenção da Selic, hoje em 15% ao ano, definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom). O BC mantém os juros elevados para conter a inflação, encarecendo o crédito e desestimulando o consumo. A expectativa é de que a Selic permaneça nesse patamar pelo menos até o fim de 2025.

Crédito às famílias e empresas

Nas operações de crédito livre para pessoas físicas, a taxa média chegou a 57,7% ao ano. Apesar da queda de 0,7 ponto percentual em julho, o indicador acumula alta de 5,5 pontos em 12 meses. O destaque negativo foi o cartão de crédito rotativo, que subiu 6,1 pontos no mês e atingiu 446,6% ao ano – uma das taxas mais altas do mercado.

Entre as empresas, o crédito livre ficou em 25% ao ano, com alta mensal de 0,7 ponto percentual e aumento de 3,9 pontos no comparativo anual.

No crédito direcionado, usado em habitação, infraestrutura e setor rural, os juros para famílias ficaram em 11,2% ao ano, enquanto para empresas, 13,6%.

Concessões e endividamento

As concessões de crédito em julho somaram R$ 644,1 bilhões. Houve queda de 0,3% em relação a junho, com recuo de 2% nas operações com empresas e crescimento de 2,5% para famílias. O estoque total de crédito no Sistema Financeiro Nacional alcançou R$ 6,7 trilhões.

O endividamento das famílias ficou em 48,7% da renda acumulada em 12 meses, enquanto o comprometimento da renda com dívidas atingiu 27,6%. A inadimplência se manteve estável em 3,8%, sendo maior entre pessoas físicas (4,5%) do que jurídicas (2,5%).