STF marca interrogatório de deputados do PL acusados de corrupção em esquema de emendas

© Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa responderão por corrupção passiva e organização criminosa em caso ligado ao “orçamento secreto”.

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), marcou para quinta-feira (28), às 9h, o interrogatório dos deputados Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e do suplente Bosco Costa (PL-SE). Os três se tornaram réus pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa, em investigação ligada ao desvio de emendas parlamentares.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), entre janeiro e agosto de 2020, os parlamentares teriam solicitado vantagem indevida de R$ 1,6 milhão para liberar R$ 6,6 milhões em emendas destinadas ao município de São José de Ribamar (MA). As provas incluem mensagens obtidas pela Polícia Federal. O caso veio à tona após denúncia do então prefeito Eudes Ribeiro, que relatou ter sido ameaçado a participar do esquema e alvo de campanha de difamação.

O processo faz parte do conjunto de investigações conhecido como “orçamento secreto”, em que recursos públicos eram repassados sem transparência sobre a autoria das indicações. Desde 2022, o STF tem estabelecido regras para disciplinar a liberação das emendas. Nesta semana, o ministro Flávio Dino determinou que a PF investigue 964 emendas aprovadas entre 2020 e 2024 que não tiveram plano de trabalho cadastrado no sistema oficial.

As defesas dos acusados negam as irregularidades. Josimar Maranhãozinho alega que as acusações são frágeis e infundadas. Bosco Costa sustenta que não há provas contra ele, apenas diálogos de terceiros e anotações que desconhece. Já os advogados de Pastor Gil afirmam que houve ilegalidade na coleta de provas, defendendo que a investigação deveria ter começado no STF e não na Justiça Federal do Maranhão.