
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS inicia nesta terça-feira (25)
seus trabalhos já mirando figuras de peso da política. Ministros da Previdência de governos Lula, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro e dez ex-presidentes do INSS estão na lista de possíveis convocados para esclarecer as denúncias de descontos fraudulentos em aposentadorias e pensões.
Na pauta, deputados e senadores vão votar a convocação do ex-ministro Carlos Lupi, que chefiava a pasta quando o escândalo estourou, além de José Carlos Oliveira (governo Bolsonaro) e Carlos Gabas (governo Dilma), este último alvo frequente da oposição.
Ex-presidentes do INSS na mira
O relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), apresentou dez requerimentos de convocação que abrangem todos os presidentes do INSS entre 2012 e 2025, incluindo Alessandro Stefanutto, que comandava o órgão quando os descontos vieram a público.
Gaspar afirmou que pretende realizar um trabalho “técnico”, mas destacou a necessidade de identificar quem deu “suporte político” às fraudes.
Estratégia de constrangimento
A oposição já indicou que pretende usar a CPI para pressionar governistas. Entre os alvos, está o irmão do presidente Lula, o Frei Chico, dirigente do Sindnapi, entidade investigada por descontos em benefícios.
“Eles vão ter que colocar as digitais para bloquear. Vai ficar feio”, disse o senador Eduardo Girão (Novo-CE), sugerindo que a base governista terá desgaste se barrar convocações.
A tensão já provoca baixas: senadores como Renan Calheiros (MDB-AL) e Omar Aziz (PSD-AM) sinalizaram intenção de deixar a comissão.
Impacto eleitoral
Oposição também projeta reflexos para a eleição de 2026.
“Vamos expor a verdade, punir os criminosos e propor mecanismos para evitar a reincidência. Principalmente derrotando o PT e a república sindical nas próximas eleições”, disse o senador Rogério Marinho (PL-RN).