Morre o cartunista Jaguar, ícone do humor e da crítica social no Brasil

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Artista, fundador do jornal O Pasquim e criador do personagem Sig, faleceu no Rio de Janeiro neste domingo (24), aos 91 anos

O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido nacionalmente como Jaguar, morreu neste domingo (24), no Rio de Janeiro. Ele estava internado no Hospital Copa D’Or, onde tratava uma infecção respiratória que evoluiu com complicações renais. Segundo a instituição, o artista encontrava-se nos últimos dias sob cuidados paliativos.

Com uma trajetória que atravessa décadas, Jaguar começou sua carreira em 1952, quando ainda trabalhava no Banco do Brasil e conseguiu publicar um desenho na coluna de humor Penúltima Hora, no jornal Última Hora. Mais tarde, passou a colaborar com a revista Manchete. O pseudônimo que o consagrou foi sugerido pelo cartunista Borjalo.

Durante a ditadura militar, Jaguar marcou seu nome na história ao ser um dos fundadores do jornal O Pasquim, símbolo da resistência e da crítica política no país. Nessa época, lançou o personagem Sig, um ratinho que se tornaria mascote da publicação e ícone do cartum nacional. O artista chegou a ser preso e enfrentou processos por sua atuação no período.

Nas redes sociais, colegas prestaram homenagens ao cartunista. Arnaldo Angeli Filho destacou Jaguar como “o maior” e dono do “traço mais rebelde do cartum brasileiro”. Laerte Coutinho o chamou de “mestre querido”, enquanto Allan Sieber relembrou que Jaguar chegou a editar um de seus livros. Para o chargista Chico Caruso, a morte representa uma “perda irreparável para o humor e para o Brasil”.

Com sua irreverência, Jaguar deixou um legado que transcende gerações, consolidando-se como um dos maiores nomes da cultura e da crítica social no país.