
Presidente destaca que preservação da floresta passa também pelo combate ao crime organizado e defende soberania dos países da região
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que convidará pessoalmente os presidentes dos outros oito países que compartilham a Floresta Amazônica para a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), marcada para o dia 9 de setembro, em Manaus (AM). A declaração foi feita durante encontro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), realizado nesta segunda-feira (23) em Bogotá, na Colômbia.
Segundo Lula, a iniciativa reforça que a preservação ambiental também depende do enfrentamento ao crime organizado, que atua na região com práticas como garimpo ilegal, tráfico de drogas e contrabando de armas. “O povo amazônico merece viver livre da violência. Violência que destrói a floresta e envenena as águas, que acaba com o sustento dos pescadores e dos extrativistas, que expulsa indígenas de suas terras e ribeirinhos das suas casas, que tira a vida de quem luta pela Amazônia”, disse o presidente, citando lideranças como Chico Mendes, Dorothy Stang, Bruno Pereira e Dom Phillips.
O CCPI Amazônia, em operação desde junho, será um espaço de articulação conjunta entre forças de segurança do Brasil e de países vizinhos, com serviços de inteligência, divisões de operações e logística, sala de videomonitoramento, gabinete de crise e estrutura de imprensa. Também contará com representantes dos estados da Amazônia Legal, reforçando a integração regional.
A floresta amazônica ocupa cerca de 6,74 milhões de km² e se estende por nove países, com 60% do território localizado no Brasil.
Durante o discurso, Lula ainda criticou a presença de navios de guerra dos Estados Unidos na costa da Venezuela, apontando como “pretexto” para intervenções externas na região. “Há muito tempo os países ricos nos acusam de não cuidar da floresta. Aqueles que poluíram o planeta tentam impor modelos que não nos servem e usam o combate ao crime organizado como justificativa para violar nossa soberania. Mas está chegando o momento de mostrar ao mundo a realidade da Amazônia”, afirmou.