Conta de luz mais cara pressiona inflação, que fecha julho em 0,26%

© Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

Alta da energia elétrica, impulsionada pela bandeira vermelha, foi o principal fator de pressão; queda nos preços dos alimentos ajudou a conter o índice.

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrou julho com alta de 0,26%, levemente acima do registrado em junho (0,24%), segundo dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A elevação foi puxada principalmente pela conta de luz, que subiu 3,04% no mês e representou o maior impacto individual no índice, com 0,12 ponto percentual (p.p.).

O aumento na energia elétrica foi motivado pela bandeira tarifária vermelha patamar 1, em vigor desde junho, que adiciona R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos, além de reajustes tarifários em capitais como São Paulo, Curitiba, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Sem o impacto da conta de luz, o IPCA teria fechado julho em 0,15%.

Nos últimos 12 meses, o IPCA acumula 5,23%, acima do teto da meta oficial de 4,5% estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. O patamar, entretanto, é ligeiramente menor que o observado nos 12 meses até junho (5,35%).

Por outro lado, os alimentos e bebidas tiveram queda de 0,27% no mês, ajudando a conter a inflação. No grupo, a alimentação no domicílio recuou 0,69%, com destaque para batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Segundo o IBGE, sem essa redução, a inflação de julho teria sido de 0,41%.

Entre os demais grupos pesquisados, três apresentaram deflação: vestuário (-0,54%), comunicação (-0,09%) e alimentos e bebidas (-0,27%). Já o grupo transportes subiu 0,35%, puxado pelo aumento das passagens aéreas (19,92%), enquanto os combustíveis caíram 0,64%, com destaque para a gasolina (-0,51%).

O IPCA mede a variação do custo de vida para famílias com renda entre um e 40 salários mínimos e coleta dados em 16 capitais e regiões metropolitanas do país.