Metade das demissões em 2024 foi causada por problemas comportamentais

(Imagem: Reprodução/Google)

Estudo revela que atitudes negativas pesam mais do que a falta de competência técnica; comunicação, planejamento e inteligência emocional estão entre as habilidades mais valorizadas


Um levantamento do 6º Observatório de Carreiras e Mercado, realizado pelo PUCPR Carreiras — setor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná — revelou que 50% das demissões ocorridas em 2024 tiveram como causa principal questões comportamentais. Em seguida, aparecem a automação das atividades (25%) e a redução de custos e cortes de despesas (25%). A pesquisa reuniu dados de 3.631 estudantes, 3.655 ex-alunos e 583 empresas de recrutamento humano.

Segundo a coordenadora do PUCPR Carreiras, Luciana Mariano, o mercado atual valoriza profissionais que unem competência técnica a habilidades de convivência. “Um único indivíduo com atitudes negativas pode comprometer toda a equipe. Surgem conflitos, a produtividade cai e talentos são perdidos. Por isso, é preciso olhar para o autoconhecimento”, afirmou.

Luciana destaca que o sucesso profissional depende cada vez mais de uma combinação entre saber executar tarefas e saber conviver com as pessoas. “Mais do que dominar ferramentas ou processos, é preciso desenvolver inteligência emocional, empatia, respeito e responsabilidade nas relações, além de se autoavaliar constantemente sobre a postura e a forma de lidar com as emoções e com os outros no ambiente de trabalho”, avaliou.

O estudo também mostrou que, em 2023, as habilidades mais valorizadas foram a comunicação oral (11,46%), o planejamento (10,73%), a solução de problemas (10,18%), a gestão de conflitos (7,51%) e a comunicação escrita (7,42%). Em comparação com 2021 — período marcado pelos efeitos diretos da pandemia —, houve uma mudança nas prioridades, com as habilidades ligadas à solução de problemas (12,58%) assumindo a liderança na época.

A pesquisa aponta ainda que 76% dos participantes estão investindo na aquisição de novos conhecimentos, demonstrando postura proativa para evitar estagnação e fortalecer a empregabilidade. Entre as empresas, 16,32% afirmaram priorizar candidatos que buscam atualização constante.

Para Luciana, acompanhar as mudanças é essencial. “Atualizar conhecimentos e desenvolver novas competências é uma necessidade. Quem mantém o aprendizado constante consegue se adaptar, identificar oportunidades e compartilhar conhecimento, o que beneficia tanto a carreira individual quanto o desempenho das organizações”, concluiu.